Domingo, 05 de maio de 2024

Polícia Federal prende garimpeiros rendidos por indígenas na Terra Yanomami

Os 11 garimpeiros rendidos por indígenas Yanomami e entregues à Força Nacional foram retirados da Terra Yanomami e presos pela Polícia Federal (PF) na quarta-feira (24) pelos crimes de usurpação de bens e invasão de terras da União. Eles foram levados à sede da PF em Boa Vista (RR) pelas Forças Armadas.

Os invasores foram rendidos pelos indígenas na última terça-feira (23) em uma área conhecia como “Malária”, na região de Homoxi, uma das mais atingidas pelo garimpo ilegal no território, que fica entre Amazonas e Roraima. Eles foram entregues para agentes da Força Nacional e desde então estavam sob escolta dos policiais.

A ação de retirada dos garimpeiros ocorreu na quarta por meio da Operação Catrimani II, deflagrada para atuar na desintrusão dos invasores. A Força Aérea Brasileira (FAB) transportou os garimpeiros até a Base Aérea de Boa Vista, de onde foram levados até a sede da Polícia Federal por agentes da Força Nacional.

“[Eles] ficaram sob escolta da Força Nacional até a chegada do apoio aéreo, visto que os locais para pouso alternativo são afastados, o que requer atenção redobrada ao planejamento e à condução do voo, principalmente por conta da instabilidade da meteorologia”, detalhou o Comando Militar da Amazônia.

Na PF, a autoridade policial autuou em flagrante os 11 envolvidos, nove homens e duas mulheres, pelos crimes de usurpação de Bens da União e invasão de Terras da União. Inicialmente, o Ministério dos Povos Indígenas havia informado o número de garimpeiros rendidos era 12, mas a PF e as Forças Armadas informaram nesta quarta-feira que eram 11 pessoas.

Os presos foram encaminhados para o sistema prisional. Eles ainda devem passar por audiência de Custódia. Quando os garimpeiros foram rendidos pelos indígenas, a Urihi Associação Yanomami (UAY) informou aos órgãos federais sobre o caso em ofício. No documento, a associação justificou que “[eles] fizeram isso pelo fato de que estavam presenciando o seu único meio de consumir água ser contaminado por mercúrio, em razão da presença dos garimpeiros na localidade”.

No documento sobre a captura dos garimpeiros, assinado pelo presidente Júnior Hekurari, a Urihi cobrou mais rapidez nas operações de retirada dos invasores, especialmente nas áreas mais isoladas. Na avaliação da associação, as operações se tornam ineficientes se não forem acompanhadas de monitoramento e estratégias específicas nos pontos de entrada do território.

Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami é o maior território indígena do Brasil em extensão territorial e enfrenta uma crise sem precedentes devido ao avanço do garimpo ilegal, com casos graves de indígenas com malária e desnutrição severa.

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) estima que cerca de sete mil garimpeiros ilegais continuam em atividade no território. O número de invasores diminuiu 65% em um ano, se comparado ao início das operações do governo federal, quando havia 20 mil invasores no território.

Para combater a permanência dos invasores no território, as forças de segurança do governo federal deflagraram a operação Catrimani II. A nova fase de retirada de garimpeiros ocorre após a instalação da Casa de Governo em Roraima, que tem o objetivo de monitorar e enfrentar a crise Yanomami.

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