Domingo, 14 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de setembro de 2025
A Polícia Federal (PF) prendeu, na madrugada de sexta-feira (12), oito pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa especializada em ataques cibernéticos contra o sistema financeiro nacional. O grupo, segundo as investigações, estaria envolvido em fraudes que já somam pelo menos R$ 1,2 bilhão em prejuízos.
Os agentes chegaram a um imóvel onde os investigados estavam reunidos no momento em que tentavam acessar indevidamente o sistema da Caixa Econômica Federal para desviar valores por meio do PIX. A ação foi considerada pela PF como um flagrante de alta complexidade, já que os suspeitos utilizavam equipamentos sofisticados para burlar os mecanismos de segurança da instituição financeira.
No local, os policiais encontraram uma estação de trabalho subtraída da Caixa. O equipamento, segundo os investigadores, permitiria acesso privilegiado ao sistema interno da instituição, incluindo senhas e funcionalidades ligadas ao PIX. Com essa estrutura, os criminosos planejavam movimentar grandes quantias de forma ilícita, explorando brechas de segurança digital.
As prisões foram confirmadas pela Justiça Federal durante audiência de custódia e, posteriormente, convertidas em prisão preventiva. Os suspeitos têm idades entre 22 e 46 anos e, de acordo com a PF, já vinham sendo monitorados havia semanas. A operação buscou não apenas interromper o ataque em andamento, mas também coletar provas para identificar outros integrantes da quadrilha.
As investigações apontam ainda que o grupo pode estar ligado a pelo menos dois outros desvios de grandes proporções. Em junho, os criminosos teriam promovido um ataque contra o BMP, que resultou em um prejuízo estimado em R$ 800 milhões. Mais recentemente, uma plataforma de tecnologia vinculada ao PIX teria sido alvo de outra fraude, com desvio de aproximadamente R$ 400 milhões. Somados, os valores chegam a R$ 1,2 bilhão.
A Polícia Federal trabalha agora para mapear a extensão da rede criminosa e identificar possíveis cúmplices, inclusive funcionários de instituições financeiras que possam ter colaborado com as fraudes. A corporação também investiga se os criminosos mantinham conexões com grupos internacionais especializados em crimes cibernéticos, o que ampliaria a complexidade do caso.
De acordo com especialistas em segurança digital ouvidos pela PF durante as apurações, esse tipo de ataque exige conhecimento avançado em tecnologia da informação e logística sofisticada para movimentar valores de forma rápida, antes de bloqueios judiciais. As apurações prosseguem sob sigilo, mas a Polícia Federal afirmou que novas fases da operação não estão descartadas.