Quinta-feira, 03 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de março de 2024
A Policia Federal (PF) quer ouvir o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, sobre a investigação que apura venda de joias sauditas de Jair Bolsonaro (PL) nos Estados Unidos. Segundo informações do blog da jornalista Andreia Sadi, a expectativa é de que Lourena Cid seja ouvido nesta terça-feira (26).
O ex-presidente ganhou joias e presentes no exercício do mandato, e investigações da PF mostram que os itens começaram a ser negociados nos Estados Unidos em junho de 2022. Entre elas estava um kit de joias composto por um relógio da marca Rolex de ouro branco, um anel, abotoaduras e um rosário islâmico entregue a Bolsonaro em uma viagem oficial à Arábia Saudita em outubro de 2019.
O general da reserva do Exército era – segundo investigações da PF – o responsável por negociar as joias e os demais bens nos Estados Unidos. De acordo a PF, ele recebia os valores em sua conta bancária. O pai de Cid ocupava, desde 2019, um cargo no escritório da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, a Apex, em Miami.
O rosto do de Lourena Cid foi identificado pela PF no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas recebidas pelo governo como presente oficial.
Reflexo comprometedor
O rosto do general foi identificado pela PF no reflexo de uma foto usada para negociar, nos EUA, esculturas recebidas pelo governo como presente oficial. Segundo investigadores, ao fotografar a caixa com os itens para pedir uma avaliação do valor em lojas especializadas, Mauro Lourena Cid acabou deixando seu rosto aparecer no reflexo.
A imagem foi um dos elementos anexados à operação deflagrada em agosto de 2023 e que fez buscas em endereços ligados a Cid pai, Cid filho e a outros assessores e aliados de Bolsonaro.
De acordo com a PF, após transportarem as esculturas para os EUA no mesmo avião presidencial que levou Jair Bolsonaro ao país, às vésperas do fim do mandato em 2022, Mauro Barbosa Cid pediu que o pai, Mauro Lourena, fosse às lojas de joias.
O pai – general que foi colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), nos anos 1970 – teria tentado vender as joias nos dias 3 e 4 de janeiro de 2023, mas não conseguiu, porque descobriu que os itens não eram de ouro maciço, e sim, folheadas.
A PF também obteve mensagens em que Mauro Lourena Cid (o pai) avisa a Mauro Barbosa Cid (o filho) que 25 mil dólares precisam ser entregues a Jair Bolsonaro em dinheiro, para que a origem não seja identificada.