Quinta-feira, 18 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 17 de dezembro de 2025
A Polícia Federal (PF) realizou, nessa quarta-feira (17), uma perícia médica no ex-presidente Jair Bolsonaro. O procedimento foi determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tem como objetivo subsidiar a análise de um pedido apresentado pela defesa do ex-presidente relacionado ao seu estado de saúde.
Os advogados de Bolsonaro solicitaram, em caráter de urgência, autorização para a realização de uma cirurgia destinada à correção de hérnias inguinais. Segundo a defesa, o quadro clínico teria se agravado nas últimas semanas, exigindo uma intervenção médica imediata. O resultado oficial da perícia realizada pela PF deve ser divulgado nesta sexta-feira (19) e será encaminhado ao STF para avaliação do ministro relator.
Pedido
A defesa de Jair Bolsonaro acionou o Supremo Tribunal Federal no dia 9 de dezembro, solicitando que o ex-presidente fosse autorizado a se submeter a uma cirurgia diante da piora do diagnóstico de hérnia inguinal, além de tratamento específico para um quadro recorrente de soluços. No pedido, os advogados alegaram que os sintomas vinham se intensificando e comprometendo o bem-estar do ex-presidente.
O ministro Alexandre de Moraes negou inicialmente a solicitação, argumentando que os exames apresentados não eram recentes o suficiente para comprovar a urgência do procedimento. Na mesma decisão, Moraes determinou que a Polícia Federal realizasse uma perícia médica no prazo de até 15 dias para avaliar de forma independente o estado de saúde de Bolsonaro. Esse prazo, no entanto, ainda não havia sido integralmente cumprido à época da nova solicitação da defesa.
Diante da negativa, os advogados pediram autorização para que um médico da equipe do ex-presidente pudesse realizar, nas dependências da própria PF, um exame de ultrassom. No sábado (13), o ministro autorizou a realização do procedimento.
Ultrassonografia
Um médico esteve com Jair Bolsonaro no último domingo (14) e realizou uma ultrassonografia, exame que confirmou o diagnóstico de hérnias inguinais bilaterais. A hérnia é caracterizada quando um tecido se projeta para fora de sua posição normal por meio de uma abertura ou ponto de fragilidade na musculatura.
Em manifestação encaminhada ao STF, a defesa afirmou: “O estado de saúde do sentenciado é grave, complexo e progressivamente debilitado. Ocorre que, desde a última manifestação da defesa, houve evolução objetiva e comprovada do quadro clínico, agora amparada por exame de imagem realizado recentemente e por novo relatório médico conclusivo, que impõem atuação imediata”.
Segundo relatório médico enviado ao Supremo, “os sintomas de dor e desconforto na região inguinal se acentuaram em virtude das frequentes crises de soluço, que causam aumento intermitente da pressão abdominal”.
Além da autorização para a cirurgia, os advogados também reiteraram o pedido para que o Supremo analise a concessão de prisão domiciliar humanitária, levando em consideração o estado de saúde do ex-presidente.