Terça-feira, 29 de abril de 2025

Polícia Federal recebe planilha usada pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres em ação no 2º turno

A Polícia Federal (PF) recebeu as planilhas de votação usadas pelo ex-ministro da Justiça Anderson Torres, titular da pasta no governo de Jair Bolsonaro (PL), para atuar contra a movimentação de eleitores no 2º turno das eleições de 2022, vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são do blog da jornalista Andreia Sadi.

As planilhas mostram relações de cidades e as votações de Lula e Bolsonaro no primeiro turno. Investigadores da PF confirmaram que esses documentos são partes do inquérito, que corre sob sigilo.

A defesa dos alvos quer usar as tabelas para alegar que foi feito um levantamento de ambos os candidatos. Na PF, a avaliação de investigadores é de que essa planilha confirma que foi feita a pesquisa para saber onde os candidatos obtiveram melhor votação e, com isso, direcionaram a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Torres usou esses documentos para mobilizar a PRF para operações que dificultaram a movimentação de eleitores, especialmente no Nordeste, onde Lula tinha larga vantagem sobre Bolsonaro.

As planilhas foram elaboradas por Clebson Ferreira de Paula Vieira a pedido de Marília Alencar, então diretora de inteligência do Ministério da Justiça, Marília Alencar.

À PF, Marília disse que o levantamento foi encomendado pelo próprio Anderson Torres para, segundo ela, avaliar se havia indícios de compra de voto no pleito, e que considerou um “absurdo” e ficou “surpresa” com as informações de que a Polícia Rodoviária Federal estava parando eleitores no dia do segundo turno das eleições.

Acesso

A PF ouviu Clebson Vieira em 12 de fevereiro. No dia seguinte, segundo documentos, ele procurou a PF para informar que tinha encontrado outros documentos que poderiam ser de interesse da investigação, armazenados na nuvem.

Além desses dados, os investigadores tiveram acesso as mensagens de WhatsApp do celular do servidor. A PF quer ouvir os delegados Alfredo Carrijo, Tomas Vianna e Fernando Oliveira.

Habeas corpus

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou soltar o ex-ministro. Barroso analisou um pedido da defesa de Torres alegando o agravamento do quadro psicológico e ainda o parecer da Procuradoria-Geral da República a favor da soltura.

Ao Supremo, a defesa de Torres disse que, depois que ele soube que o pedido de revogação da sua prisão preventiva havia sido negado, “o estado emocional e cognitivo do requerente [Torres], que já era periclitante, sofreu uma drástica piora”.

Os advogados apresentaram o laudo de psiquiatra da rede pública de saúde, confeccionado no último sábado (22).

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