Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Polícia Federal vai aos Estados Unidos ouvir comerciantes sobre suposta venda e recompra de joias por aliados de Bolsonaro

Um agente e um delegado da Polícia Federal (PF) embarcaram para os Estados Unidos para realizar diligências no inquérito sobre a venda de presentes recebidos por Jair Bolsonaro (PL) em viagens oficiais. Nos próximos dias, os investigadores devem colher depoimentos de comerciantes de lojas onde suspeitam que foram negociadas joias por aliados do ex-presidente.

Com a cooperação internacional do Federal Bureau of Investigation (FBI), o Departamento Federal de Investigação, os policiais já conseguiram obter documentos, como movimentações financeiras dos investigados.

A partir de agora, para concluir o inquérito, serão realizadas as diligências em campo, em cidades como Miami (Flórida), Wilson Grove (Pensilvânia) e Nova York (NY).

De acordo com as investigações, auxiliares de Bolsonaro venderam ou tentaram comercializar ao menos quatro itens, sendo dois entregues pela Arábia Saudita e dois pelo Bahrein.

No inquérito, a PF aponta a existência de uma organização criminosa no entorno do ex-presidente que atuou para desviar joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos por ele como representante do Estado brasileiro.

Entre os presentes negociados, estão relógios das marcas Rolex e Patek Phillipe, para a empresa Precision Watches, no valor total de US$ 68 mil, o que corresponde na cotação da época a R$ 346.983,60.

Nesse caso, o ex-ajudante de ordens da presidência Mauro Cid esteve pessoalmente em uma loja em Willow Grove para vender a peça. Uma foto do comprovante de depósito foi armazenada no celular do oficial.

Em depoimento sobre a investigação, Bolsonaro optou por ficar em silêncio.

Cid

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid tirou dúvidas online nessa sexta-feira (26) de investigadores da PF que estão nos Estados Unidos.

Preso preventivamente há cerca de um mês, por supostamente quebrar regras do acordo de delação que assinou, Cid chegou à sede da PF pela manhã. Por videoconferência, ele esclareceu pontos a um agente e um delegado da corporação que estão em território norte-americano.

Em 26 de março, o general Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid, prestou depoimento à Polícia Federal. O militar também é investigado pela suspeita de vender joias e presentes oficiais recebidos pelo casal Bolsonaro. Em agosto de 2023, a PF cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em uma operação de combate a crimes de peculato e lavagem de dinheiro ligados ao caso. O general foi um dos alvos.

De acordo com a PF, pai e filho utilizaram “a estrutura do Estado brasileiro para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues em missões oficiais por autoridades estrangeiras a representantes do Estado, por meio da venda desses itens no exterior”.

A Polícia Federal identificou o rosto do general no reflexo de uma foto utilizada para negociar, nos Estados Unidos, esculturas recebidas como presente oficial. A imagem foi anexada ao documento de decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

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