Quinta-feira, 08 de maio de 2025

Polícia gaúcha realiza operação para combater fraudes processuais contra instituições financeiras em todo o País

A Polícia Civil gaúcha deflagrou, na manhã desta quinta-feira (8), a Operação Malus Doctor para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes processuais contra instituições financeiras em todo o País.

Em Porto Alegre, Glorinha e Xangri-lá, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, nove ordens de suspensão do exercício da advocacia, quebra do sigilo bancário e fiscal e medidas cautelares diversas, além de bloqueio de valores de até R$ 50 milhões em bens móveis, imóveis e ativos financeiros. Duas pessoas foram presas. Os policiais apreenderam três carros de luxo.

Durante as investigações, foi descoberto um sistema de fraude processual. Mais de 145 mil ações judiciais, supostamente ilegítimas, foram ajuizadas, sendo 112 mil no Rio Grande do Sul e 30 mil em São Paulo.

O principal investigado é responsável por, aproximadamente, 47% de todas as ações movidas contra instituições bancárias na Justiça do Rio Grande do Sul, sendo o quinto maior litigante.

O esquema criminoso

Por meio de procurações falsas e sem o consentimento dos clientes, os suspeitos ajuizavam milhares de ações. No total, estima-se que o prejuízo seja de R$ 50 milhões.

Os suspeitos se aproveitavam da situação de vulnerabilidade das vítimas e prometiam revisão judicial de cobranças abusivas em empréstimos consignados. Os serviços prestados eram realizados mediante pagamento de 30% de honorários sobre os valores “recuperados”.

Após obterem os documentos dos clientes, os investigados ajuizavam ações revisionais contra instituições financeiras. Posteriormente, os clientes recebiam valores em suas contas, acreditando serem decorrentes das ações, bem como repassavam parte à empresa.

No entanto, os depósitos eram oriundos de novos empréstimos contratados sem o consentimento dos titulares. Ao perceberem os descontos indevidos em seus benefícios previdenciários, as vítimas constatavam a fraude e não conseguiam mais contato com a empresa.

Também foi constatado o uso sistemático de estratégias processuais, visando ao chamado “fatiamento de demandas”. A prática consistia em ajuizar múltiplas ações envolvendo as mesmas partes, mas tratando de contratos distintos ou, ainda, em distribuir processos por meio de diferentes procuradores ou em comarcas diversas, muitas vezes distantes do domicílio da parte autora.

As vítimas

Uma das vítimas afirmou desconhecer a existência de mais de 30 ações protocoladas em seu nome por um dos investigados. As ações foram movidas contra diversas instituições bancárias e, ao tomar ciência dos processos, a vítima negou ter autorizado qualquer tipo de demanda judicial.

Em outro caso, foram ajuizadas ações em nome de pessoas já falecidas. Também foi verificado que a procuração apresentada nos autos continha uma assinatura datada meses após o óbito da suposta outorgante. O documento foi utilizado para dar seguimento à execução de sentença, com o consequente levantamento de valores.

Ao todo, 14 pessoas são investigadas por suposta participação no esquema criminoso.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Polícia gaúcha realiza operação para combater fraudes processuais contra instituições financeiras em todo o País

A Polícia Civil gaúcha deflagrou, na manhã desta quinta-feira (8), a Operação Malus Doctor para desarticular um grupo criminoso responsável por fraudes processuais contra instituições financeiras em todo o País.

Em Porto Alegre, Glorinha e Xangri-lá, foram cumpridos 35 mandados de busca e apreensão, nove ordens de suspensão do exercício da advocacia, quebra do sigilo bancário e fiscal e medidas cautelares diversas, além de bloqueio de valores de até R$ 50 milhões em bens móveis, imóveis e ativos financeiros. Duas pessoas foram presas. Os policiais apreenderam três carros de luxo.

Durante as investigações, foi descoberto um sistema de fraude processual. Mais de 145 mil ações judiciais, supostamente ilegítimas, foram ajuizadas, sendo 112 mil no Rio Grande do Sul e 30 mil em São Paulo.

O principal investigado é responsável por, aproximadamente, 47% de todas as ações movidas contra instituições bancárias na Justiça do Rio Grande do Sul, sendo o quinto maior litigante.

O esquema criminoso

Por meio de procurações falsas e sem o consentimento dos clientes, os suspeitos ajuizavam milhares de ações. No total, estima-se que o prejuízo seja de R$ 50 milhões.

Os suspeitos se aproveitavam da situação de vulnerabilidade das vítimas e prometiam revisão judicial de cobranças abusivas em empréstimos consignados. Os serviços prestados eram realizados mediante pagamento de 30% de honorários sobre os valores “recuperados”.

Após obterem os documentos dos clientes, os investigados ajuizavam ações revisionais contra instituições financeiras. Posteriormente, os clientes recebiam valores em suas contas, acreditando serem decorrentes das ações, bem como repassavam parte à empresa.

No entanto, os depósitos eram oriundos de novos empréstimos contratados sem o consentimento dos titulares. Ao perceberem os descontos indevidos em seus benefícios previdenciários, as vítimas constatavam a fraude e não conseguiam mais contato com a empresa.

Também foi constatado o uso sistemático de estratégias processuais, visando ao chamado “fatiamento de demandas”. A prática consistia em ajuizar múltiplas ações envolvendo as mesmas partes, mas tratando de contratos distintos ou, ainda, em distribuir processos por meio de diferentes procuradores ou em comarcas diversas, muitas vezes distantes do domicílio da parte autora.

As vítimas

Uma das vítimas afirmou desconhecer a existência de mais de 30 ações protocoladas em seu nome por um dos investigados. As ações foram movidas contra diversas instituições bancárias e, ao tomar ciência dos processos, a vítima negou ter autorizado qualquer tipo de demanda judicial.

Em outro caso, foram ajuizadas ações em nome de pessoas já falecidas. Também foi verificado que a procuração apresentada nos autos continha uma assinatura datada meses após o óbito da suposta outorgante. O documento foi utilizado para dar seguimento à execução de sentença, com o consequente levantamento de valores.

Ao todo, 14 pessoas são investigadas por suposta participação no esquema criminoso.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de em foco

Federação das Indústrias do RS afirma que o aumento da taxa básica de juros penaliza o setor produtivo
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play