Sexta-feira, 26 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de dezembro de 2025
O policial militar da reserva do Rio Grande do Sul, Jeverson Olmiro Lopes Goulart, de 60 anos, foi preso em uma pousada de Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense. Contra ele, havia um mandado de prisão em aberto, após ter sido condenado a 46 anos de prisão, em outubro, pela morte do sobrinho de 12 anos, em 2016.
A ação policial ocorreu na terça-feira (23), no bairro Parque Mambucaba, um dia após o Disque Denúncia ter divulgado um cartaz pedindo informações sobre o paradeiro de Jeverson. Segundo a Polícia Militar do Rio, agentes do 33º BPM (Angra dos Reis) encontraram o policial da reserva após informações passadas ao Disque Denúncia. Com ele foram apreendidos dinheiro em espécie, celular e notebook. O caso foi encaminhado para a delegacia da cidade, a 166ª DP.
Para o advogado Marcos Vinícius Barrios, assistente de acusação, “a prisão na véspera do Natal tem um peso simbólico, ela não devolve a vida perdida, mas permite que uma mãe enlutada comece a seguir adiante com um pouco mais de leveza e dignidade”. O representante da família da vítima afirma também que esperam que Jeverson volte ao Rio Grande do Sul para cumprir a pena.
O caso Andrei
No fim de outubro, a sentença lida no Foro Central I, em Porto Alegre, apontou que Jeverson foi considerado culpado pelo homicídio duplamente qualificado e pelo estupro de vulnerável do seu sobrinho. A vítima, Andrei Ronaldo Goulart Gonçalves, de 12 anos, foi encontrada morta com um disparo de arma de fogo na cabeça, no quarto que dividia com o tio. A arma utilizada pertencia a Jeverson, que à época ocupava o posto de tenente da Brigada Militar.
De acordo com a investigação e a denúncia do Ministério Público, o policial teria cometido abuso sexual contra o sobrinho e, em seguida, efetuado o disparo enquanto o menino dormia. Para tentar ocultar o crime, ele teria manipulado a cena e deixado um bilhete atribuído à criança, com o objetivo de simular suicídio. A perícia apontou que a escrita não correspondia à da vítima.
De acordo com o Poder Judiciário gaúcho, Cátia Goulart, irmã do réu e mãe da vítima, foi ouvida por cinco horas. Outras quatro testemunhas de acusação também foram ouvidas.
A acusação pediu a condenação de Jeverson, enquanto a promotora Lúcia Helena Callegari apontou inconsistências no depoimento do PM da reserva, destacando evidências técnicas que, para o Ministério Público, indicavam manipulação da cena do crime.
Após o julgamento, a Justiça do Rio Grande do Sul expediu mandado de prisão por homicídio duplamente qualificado e estupro de vulnerável, com pena fixada em 46 anos de reclusão em regime fechado. As informações são da CNN, O Globo e g1.