Segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de setembro de 2025
Independentemente das convicções políticas ou sociais que temos, gostaria de deixar claro que aqui não vai nenhuma análise sobre os posicionamentos ou pensamentos de esquerda ou de direita, mas sim tentar entender as possíveis razões do aumento da violência contar pessoas que pensam de forma diversa.
Os assassinos que cometem este tipo de crime covarde não merecem ser enquadrados como seres humanos normais, quer seja de esquerda, quer seja de direita. O assassinato de Charlie Kirk na última quarta-feira (10), com tiro de fuzil atingindo o pescoço do popular líder ativista conservador enquanto debatia com estudantes da universidade de Utah Valley, no estado de Utah, acende novamente o alerta de como estamos e para onde vamos.
Diferentemente daquilo que boa parte da imprensa tendenciosa divulga, Charlie sempre debateu com quem assim desejasse usando palavras e não violência. O simples fato dele não ter receio de enfrentar estudantes universitários na sua grande maioria de esquerda e liberais, nos campi universitários, ao vivo e sem restrições a perguntas e assuntos prova sua habilidade, competência e disposição democrática para o debate. Nunca se esquivou de qualquer proposta para enfrentar assuntos polêmicos e politicamente incorretos. Ostentando o slogan “Me prove que estou errado” conseguiu milhões de seguidores em redes sociais, bem como extrema popularidade na mídia convencional e entre políticos.
Forte aliado de Donald Trump desde a primeira candidatura em 2.016 com a criação da organização “Turning Point”, passou a ser alvo dos liberais e ativistas de esquerda que na maioria das vezes não conseguiam sucesso nos debates e defesa de suas ideias. Podemos concordar ou não com as ideias ou posicionamentos políticos de Charlie Kirk, todavia é inquestionável e inegável a coragem e disposição que tinha em dialogar com quem quer que seja em qualquer situação. Isto é o mais preocupante. Quando alguém se dispõe a democraticamente debater sem receio de expressar suas opiniões e não fugir de assuntos polêmicos deveríamos exaltar este procedimento, sendo ele liberal ou conservador, de esquerda ou de direita, contra ou favorável às nossas convicções.
Novamente ressaltamos que estes “ animais” que matam outras pessoas pelo simples fato de não pensar como eles merecem todo o rigor da lei, mas cabe a seguinte indagação: Por que a violência é sempre maior contra conservadores, religiosos ou autoridades mais ligadas à direita? No mínimo existe forte contradição entre os discursos liberais e progressistas e a violência (não só o assassinato) praticada contra estas pessoas.
Aquele discurso que os militantes de esquerda estão mais abertos ao debate e aceitam posicionamentos diversos dos seus parece cair por terra. A forte polarização que ocorre aqui nos Estados Unidos e em boa parte do mundo é combustível para a violência e esta cada vez mais forte na sociedade. Alguns meses atrás tentaram matar o então candidato Donald Trump, que escapou por milagre, o candidato à presidência da Colômbia, Miguel Uribe foi assassinado em agosto, o próprio Presidente Jair Bolsonaro foi esfaqueado na campanha presidencial em 2.018, morte em série de políticos da direita alemã levanta suspeita e assim por diante.
Qual discurso inflama a cabeça doentia destes criminosos? Qual o desdobramento? Até quando isto vai perdurar? Será que teremos receio de expressar nossos pensamentos? Querendo ou não a maior radicalização vem da esquerda, aquela que intitula-se progressista e liberal mas que não admite nada que vá contra suas convicções. Logicamente que existem exceções mas basta atentar para as reações quando são confrontados ou questionados. A direita também age da mesma forma em algumas ocasiões o que também é execrável, todavia a proporção é infinita vezes maior com a esquerda.
Responda rápido: Qual foi o último ativista ou político de esquerda que sofreu atentado ou foi assassinado? Condenamos a violência de quem quer que seja e a lei deve ser aplicada sem distinção mas o que está acontecendo com aqueles que sofreram os efeitos da ditadura e agora agem de forma tão cruel ou até pior? O assassinato é o final da linha.
A intransigência, polarização, dificuldade de argumentar com ideias, encarar opositores ou adversários como inimigos que precisam ser erradicados só servem para aumentar a tensão e abrir caminho para mais violência. Tente ir à manifestação de esquerda com camiseta ou boné com frases da direita e pense se a reação seria mesma de ir em manifestação de direita com vestimenta contendo alusão à esquerda. Nossa sociedade só evolui quando as duas seriam bem aceitas e respeitadas.
Dennis Munhoz é jornalista e advogado, foi Presidente da TV Record e Superintendente da Rede TV, atualmente atua como correspondente internacional, Vice-Presidente da Associação Paulista de Imprensa, apresentador e jornalista da Rede Mundial e Rede Pampa nos Estados Unidos