Quarta-feira, 24 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de setembro de 2021
Porto Alegre está entre as quatro capitais brasileiras selecionadas para o projeto “A Hora é Agora”, que tem por objetivo ampliar o acesso à testagem do vírus HIV, causador da aids, por indivíduos de segmentos mais vulneráveis à doença. A iniciativa tem por base o autoteste de fluido oral, que também pode ser realizado com gota de sangue.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o público prioritário são homens homo ou bissexuais, transexuais, travestis e profissionais do sexo, desde que maiores de 15 anos e residentes na cidade. É garantido o sigilo em relação aos participantes.
Lançada há quase sete anos em Curitiba (PR), a iniciativa também já é adotada em Florianópolis (SC) e Campo Grande (MS). Desde então, tem ajudado a detectar precocemente o contágio por HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, o que é fundamental para iniciar o tratamento precocemente e mantê-lo, para uma melhor qualidade de vida.
Atuam como parceiros do projeto a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ministério da Saúde, Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz-RJ) e Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec). Também participam e instituições sanitárias dos Estados Unidos.
Como fazer a autotestagem
O kit de autotestagem oferece rapidez, confiabilidade, segurança, sigilo e praticidade. No site ahoraeagora.org, é solicitada a entrega domiciliar gratuita, pelos Correios, de forma sigilosa. Uma segunda opção é fazer a retirada em um armário indicado no shopping Total (bairro Floresta), por meio de um código digital também fornecido na internet.
Em caso de resultado positivo, o participante pode fazer um contrateste em um posto de saúde, bem como todos os exames necessários e iniciar de forma imediata o tratamento com remédios. Um profissional vinculado à equipe do projeto “A Hora é Agora” prestará todo o auxílio necessário. O telefone de contato em Porto Alegre é (51) 3289-5740.
Estatística preocupante
– Publicado em 2020, o mais recente boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta Porto Alegre como a capital brasileira com maior taxa de detecção HIV/aids, inclusive em gestantes. A cidade também apresenta o maior índice de mortalidade pela doença;
– São 58,5 casos por 100 mil habitantes na capital gaúcha, mais que o dobro da taxa estadual e 3,3 vezes a nacional. No que se refere aos óbitos, a proporção chega a 22/100 mil, cinco vezes acima do coeficiente de notificações no País;
– Do total de 349.784 óbitos por aids registrados no Brasil entre 1980 e 2019, em 246.091 (70,4%) as vítimas foram homens, enquanto 103.558 (29,6%) eram mulheres.
(Marcello Campos)
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