Por Redação do Jornal O Sul | 21 de dezembro de 2025
O mercado imobiliário de Porto Alegre encerra 2025 com crescimento nas vendas de imóveis residenciais e leve queda nos valores médios das unidades negociadas.
De acordo com levantamento feito pela Loft, com base nas transações registradas na base do ITBI (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis) da prefeitura da Capital, a cidade deve fechar o ano com 20.454 imóveis vendidos, alta de 11,2% em relação a 2024. Trata-se do maior nível desde 2022, quando começou a série histórica.
O tíquete médio das transações apresentou leve variação negativa: -1,8%, chegando a R$ 529,2 mil em 2025.
“As taxas de juros altas trazem dificuldades para o financiamento, mas o mercado tem conseguido mitigar esse problema. Para os imóveis de tíquete menor, programas governamentais como o Minha Casa, Minha Vida vêm garantindo um importante volume de vendas. Já os tíquetes mais altos atendem parte da população que depende menos do financiamento”, afirmou o gerente de dados da Loft, Fábio Takahashi.
Dados preliminares levantados pela companhia mostram que as maiores faixas de tamanho de imóveis foram as que mais cresceram em transações entre 2024 e 2025. Nos imóveis acima de 125 metros quadrados (os maiores), o crescimento projetado é de 15%, seguidos da faixa logo abaixo (de 100 a 125 metros quadrados), com aumento de 11%.
“Os maiores crescimentos coincidem com imóveis que mais atendem as classes mais altas, menos dependentes do financiamento”, afirmou o especialista.
Bairros que mais venderam em 2025
Entre os bairros, a Cidade Baixa registrou o maior crescimento proporcional entre as regiões com mais transações, com alta de 55,8% em relação a 2024.
“A Cidade Baixa reúne características que impulsionam a demanda: localização estratégica, próxima ao Centro Histórico e à UFRGS, vida cultural intensa e forte procura por imóveis para locação, especialmente entre estudantes e jovens profissionais. Neste ano, o bairro voltou a receber lançamentos, sobretudo de unidades compactas com até 50 metros quadrados. Esse movimento ampliou a oferta e impulsionou as transações”, avaliou Takahashi.
Também se destacaram os bairros Sarandi, com alta de 35,2%, e Rio Branco, com aumento de 34,2%, evidenciando que tanto áreas tradicionais quanto zonas em transformação urbana impulsionaram o mercado em 2025.
Em número absoluto de vendas, Petrópolis manteve a liderança, com 1.248 transações. “A atratividade do Petrópolis pode ser explicada, em parte, pelo fato do bairro não ter sido afetado pelas enchentes, o que atraiu moradores de regiões impactadas ou que passaram a priorizar localizações mais seguras. Soma-se a isso a diversidade de imóveis e a infraestrutura completa de serviços”, destacou o gerente de dados da Loft.
Tíquete médio por bairro
A análise do tíquete médio – indicador do valor dos imóveis comercializados –mostra comportamentos distintos entre os bairros que mais venderam. Cidade Baixa apresentou a maior valorização entre as regiões com mais transações, com crescimento de 7%, seguida por Centro Histórico e Partenon, ambos com elevação de 3% no valor médio das vendas. Rio Branco e Santana também registraram avanço, ainda que moderado, de 1%.
Por outro lado, alguns dos bairros mais tradicionais da cidade tiveram queda no tíquete médio: Menino Deus (-12%) – bastante afetado pela enchente –, Passo D’Areia (-7%) e Petrópolis (-6%).
