Quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Possível favoritismo de Jorge Messias no Supremo divide líderes evangélicos entre mal menor, rechaço e empolgação

O ministro Jorge Messias (Advogado-Geral da União) pode ter que buscar pacificação em torno do seu nome, após disparar como preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Luís Roberto Barroso no STF (Supremo Tribunal Federal).

Se nomeado e aprovado no Senado, Messias será o terceiro evangélico entre os 172 ministros que já passaram pela Corte em 134 anos. Antes de o pastor presbiteriano André Mendonça chegar lá, indicado no terceiro ano do governo Jair Bolsonaro, veio Antônio Martins Villas Boas, em 1957.

Seu perfil moderado, distante da retórica inflamada que eletriza as guerras culturais, pode não eliminar, mas amortece o mal-estar entre líderes evangélicos com sua possível indicação.

Há quem siga a linha “dos males, o menor”. Lula não abrirá mão de escolher alguém de sua confiança, então Messias, se serve de consolo, ao menos é um crente raiz que tem por hábito mandar passagens bíblicas para uma lista de contatos no WhatsApp.

Há expectativa, nos bastidores evangélicos, de que o ministro, se assumir o posto, espelhe o efeito Cristiano Zanin. O ex-advogado pessoal de Lula tem pendido ao conservadorismo em temas sensíveis para o segmento — como em seus votos contra a descriminalização da maconha para uso pessoal e contra equiparar o crime de homotransfobia ao de injúria racial. A direita viu uma “grata surpresa” nele.

Cezinha de Madureira (PSD-SP), outro ex-líder da bancada evangélica, é francamente simpático à transferência da toga para o ministro lulista. “Se o presidente ainda tiver juízo na cabeça, ele indica o Messias para o Supremo.”

Otoni de Paula (MDB-RJ) engrossa o bloco dos entusiastas. Como tantos outros pares de fé e Congresso, ele vestiu a camisa bolsonarista no passado, e agora ensaia movimentos amigáveis ao governo do PT.

Sua empolgação passa pela aposta de que “Messias é um cara conservador”. “Não significa que, por ele ser de esquerda, seja progressista automaticamente, tá certo? Ele é um evangélico de formação.” (Com informações da Folha de S.Paulo)

 

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