Quinta-feira, 10 de outubro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 20 de junho de 2023
A expansão da base de celulares compatíveis com o 5G no Brasil tende a se intensificar este ano, impulsionada pela queda nos preços dos aparelhos, que contribui para a migração de clientes do 4G para a nova tecnologia. Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve queda de 31,3% no preço médio dos aparelhos 5G entre janeiro e março deste ano, segundo a consultoria IDC.
Os aparelhos de quinta geração somavam, no fim de abril, 8,8 milhões de terminais ativos, de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O montante representava à época 3,5% do total de linhas móveis em operação no Brasil (251,1 milhões). No extremo oposto, os smartphones de quarta geração (4G) respondiam por quase 79% da base móvel no período. Mas os números compilados pela agência reguladora parecem indicar uma mudança de tendência.
Depois de atingir em agosto de 2022 um “pico” de 206,6 milhões de acessos 4G, o número de celular compatíveis com essa tecnologia passou a cair. Em abril deste ano, havia 197,7 milhões de aparelhos de quarta geração em operação no Brasil.
Os smartphones fabricados originalmente para o 4G não são compatíveis com o 5G. Ou seja, é necessário trocar de aparelho para usufruir dos serviços de dados de quinta geração. O consumidor, no entanto, nem sempre enxerga vantagens concretas na aquisição de um novo aparelho adaptado ao 5G, diz Andreia Chopra, analista da consultoria IDC Brasil.
“No caso do 4G, o diferencial da tecnologia [em relação ao 3G] foi muito disruptivo. Foram lançados muitos novos aplicativos”, explica a especialista. “O consumidor não consegue ter essa percepção diferenciada do que seria o 5G. No caso do 5G, a fala-se mais de velocidade, mas o 4G tem uma conectividade que satisfaz. Na percepção, de alguns consumidores não valeria a pena trocar de aparelho”.
Apesar dessa lacuna em termos de percepção, a expansão do 5G é visível no desempenho operacional das teles. Na divulgação de resultados do primeiro trimestre deste ano, a TIM Brasil reportou uma expansão de quase 50% na sua base de usuários 5G, na comparação entre o período de janeiro a março e os três meses imediatamente anteriores (outubro a dezembro de 2022).
De acordo com a IDC Brasil, nos primeiros três meses deste ano, 30% dos modelos de smartphone disponibilizados no mercado brasileiro eram aparelhos adaptados à tecnologia de quinta geração.
De maneira geral, grande parte da velocidade na disseminação da tecnologia de quinta geração pode ser atribuída à queda nos preços dos aparelhos. Numa rápida pesquisa nos sites das principais operadoras móveis é possível encontrar aparelhos de quinta geração por menos de R$ 1.300.
Na Vivo, 68% de todos os aparelhos vendidos nas lojas já são compatíveis com o 5G, de acordo com informações divulgadas pela operadora em maio.
“Os aparelhos 5G atingiram uma faixa de preço que permite alcançar mais consumidores. Por isso, vão ganhar cada vez mais espaço no mercado”, argumenta Chopra, da IDC Brasil.
Na comparação com o primeiro trimestre de 2022, houve queda de 31,3% no preço médio dos aparelhos 5G entre janeiro e março deste ano, segundo a consultoria. Ainda assim, a tecnologia 5G está longe de ser o principal critério dos brasileiros na hora de escolher um novo aparelho. O preço ainda é o fator decisivo, frisa Chopra.
O avanço do 5G se dá às custas da migração de clientes do serviço 4G, o que – na prática – significa que a base de usuários de telefonia móvel não está crescendo. Pelo contrário: em 2022 o País perdeu 2,7 milhões de linhas. O mercado brasileiro de telefonia móvel já está maduro. “Esse processo de transição vai ser ainda mais intenso em 2023”, projeta a analista.