Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 5 de maio de 2025
Os preços do petróleo caíram mais de 3% nesta segunda-feira, após oito membros da Opep+ (grupo de 11 países observadores, com participação na Organização dos Países Exportadores de Petróleo, mas sem direito a voto – Brasil entre eles) anunciarem fortes aumentos em sua produção, alimentando temores de um excesso de oferta de petróleo bruto.
No comércio matinal na Ásia, o barril do West Texas Intermediate recuava 3,8%, a US$ 56,08. O Brent do Mar do Norte caía 3,5%, a US$ 59,17 o barril.
Arábia Saudita, Rússia e outros seis países anunciaram um aumento produtivo de 411 mil barris diários de petróleo bruto.
O anúncio gerou preocupações com uma superoferta que acentuou a queda, já em curso, nos preços do petróleo, provocada pelo temor de uma desaceleração econômica global como consequência das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
– A Opep+ acaba de lançar uma bomba no mercado petrolífero – declarou Jorge León, analista da Rystad Energy.
A decisão de sábado “é uma mensagem definitiva de que o grupo liderado pela Arábia Saudita está mudando de estratégia e passando a buscar participação de mercado após anos de corte na produção”, afirmou León à AFP.
Queda nos preços do petróleo ameaça economias do Oriente Médio
Preços mais baixos do petróleo são “más notícias” para os exportadores de petróleo no Oriente Médio e Norte da África (MENA), diz Tim Callen, pesquisador visitante no Instituto dos Estados Árabes do Golfo em Washington.
Ele acrescenta que Arábia Saudita, Omã e Bahrein sentirão mais dor, com países como Emirados Árabes Unidos, Catar e Kuwait sendo menos afetados.
De todas as economias do Oriente Médio, a da Arábia Saudita é a “mais vulnerável” aos baixos preços do petróleo, disse James Swanston, Economista Sênior para Oriente Médio e Norte da África da Capital Economics.
O país é o maior exportador mundial de petróleo. A commodity representou 60% da receita governamental em 2024, com petróleo bruto e gás natural respondendo por mais de 20% do PIB do país no mesmo período.
Um preço por barril acima de US$ 100 é necessário para o país equilibrar seu orçamento, disse Swanston. As informações são dos portais O Globo e CNN.