Quinta-feira, 26 de junho de 2025

Preço do café sobe 81% ao consumidor em um ano

O preço do café continua subindo para os consumidores de todo o País, mas no campo as cotações começaram a cair em março, após o início da colheita no Brasil.

Na prévia da inflação de junho, o café moído foi o segundo item que mais pesou na inflação do mês, depois da energia elétrica, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quinta-feira (26). Em relação a maio, o preço do café subiu 2,86%. Mas no acumulado em 12 meses até junho, encareceu 81,6%.

Apesar disso, os preços da alimentação no domicílio caíram 0,24% em junho, após oito meses em alta, influenciados pelas quedas do tomate (-7,2%), do ovo de galinha (-7%), do arroz (-3,4%) e das frutas (-2,4%). No campo, a cotação média mensal do café arábica, que é o mais consumido e produzido no Brasil, caiu 17% em junho em relação a fevereiro, quando o preço bateu recorde na série histórica do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).

A tendência é de que a queda de preços no campo comece a chegar ao consumidor no segundo semestre, mas de forma lenta e gradual. Analistas dizem que o início da queda de preços do café para o consumidor começa este ano, mas tende a ganhar intensidade em 2026, caso não haja problemas na safra. O repasse de preços do campo até o supermercado costuma demorar, explicam. Desde março, porém, a inflação do café já vem diminuindo o ritmo de alta mês a mês, segundo o IBGE.

“Existe um tempo entre o processo de colher o café, de secar, de beneficiar, até chegar na mão da indústria para ser torrado, embalado para, só depois, ser distribuído para os mercados”, explica Fernando Maximiliano, analista da consultoria StoneX Brasil.

A colheita de café no Brasil começou em março e vai até setembro.

“Em um horizonte de 60 a 90 dias, a gente pode começar a esperar uma transferência de preço mais expressiva para o consumidor”, diz o sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo.

“Mas ainda não vamos voltar aos patamares de preços praticados antes do segundo semestre de 2024. É o início de uma recuperação gradual”, acrescenta.

Maximiliano tem uma avaliação semelhante. Ele afirma que a inflação do café vai começar a cair mês a mês, mas ainda terá alta no acumulado em 12 meses. Ou seja, o produto vai continuar caro, mesmo com o início de um alívio nos preços.

Para Cogo, o café só vai baratear mais no supermercado em 2026, ano para o qual se espera um crescimento maior da safra do Brasil. As cotações no campo começaram a cair após o início da colheita no Brasil, em março, e com a expectativa de uma melhora na safra dos países do Sudeste Asiático, como o Vietnã e a Indonésia, diz Cogo.

A baixa também vem sendo provocada por uma redução do consumo de café no Brasil, puxada pelo encarecimento do produto.

A tendência é que o preço da saca vendida pelo produtor continue diminuindo com o avanço da colheita, cujo pico acontece agora em junho e julho.

 

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