Quarta-feira, 13 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 12 de agosto de 2025
O preço do café caiu 1,01% em julho, a primeira queda desde dezembro de 2023, segundo a inflação oficial do País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA). O levantamento foi divulgado nessa terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em dezembro de 2023, o café registrou queda de 0,23%. Depois, o preço aumentou por 18 meses consecutivos.
A tendência de queda no preço do café para o consumidor já havia sido registrada tanto no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação, quanto no IPC, o indicador de inflação da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), divulgados em julho.
Apesar disso, o preço do café moído continua alto, acumulando uma inflação de 70,51% em um ano, de acordo com o IPCA.
Dados mais recentes sobre o preço do produto no varejo, da Associação Brasileira de Café (Abic), demonstram essa disparada. Em junho de 2025, o valor médio do quilo registrava R$ 66,70; no mesmo mês, no ano anterior, o preço era R$ 34,46.
O auge dessa subida ocorreu no último mês de fevereiro, quando o produto ficou 10,77% mais caro e registrou a maior inflação acumulada em 12 meses desde a introdução do real.
No geral, o IPCA registrou inflação de 0,23% no País em julho. O grupo de Alimentação e Bebidas teve queda de 0,27% nos preços, marcando o segundo recuo seguido — em junho, a variação do grupo havia sido de -0,18%.
Previsão
Em junho, economistas já afirmavam que o preço do café nos supermercados ia começar a cair a partir do segundo semestre.
Isso porque, no campo, as cotações haviam diminuído após o início da colheita no Brasil, que começou em março e vai até setembro. Os meses mais fortes de colheita são junho e julho.
Especialistas também avaliaram a possibilidade de o valor do café ser afetado pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo de Donald Trump, que está em vigor desde 6 de agosto.
A tendência, segundo os entrevistados, é que o preço do café no Brasil não sofra impactos imediatos do tarifaço.
O setor acredita que as vendas aos EUA não devem ser paralisadas inicialmente e, assim, não vai ter uma oferta maior de café no Brasil. Especialistas também lembram que a colheita do grão acontece só uma vez por ano, o que atrasa qualquer impacto no preço para o consumidor.
Fernando Gonçalves, diretor do IPCA, também disse que ainda não é possível relacionar a queda de preços com o tarifaço.
“Pode ser um efeito do aumento da oferta, e não é possível afirmar ou confirmar que esteja relacionado ao aumento da tarifa. O aumento da tarifa só começou neste mês”, disse Gonçalves.