Segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Prefeita de Paris visita Belém e assina acordo de cooperação para mobilidade e urbanismo

Os prefeitos de Belém, Igor Normando (MDB), e de Paris, Anne Hidalgo, firmaram nesse sábado (8) um acordo de cooperação bilateral para intercâmbio de experiências e profissionais que possa contribuir para tornar as duas cidades mais sustentáveis e resilientes aos impactos das mudanças climáticas.

A parceria, que também busca apoio técnico para a requalificação do centro histórico de Belém, começou a ser discutida na Cúpula dos Prefeitos, que ocorreu no Rio de Janeiro, no início de novembro. A assinatura ocorreu no Palácio Antônio Lemos, sede do governo municipal, um dos prédios históricos da cidade velha.

O prefeito paraense detalhou que Belém tem interesse nas políticas parisienses para a arborização e transporte, com destaque para organização do trânsito, um dos desafios enfrentados pela cidade.

Normando destacou ainda que uma cooperação firmada durante a agenda da COP30 pode dar início um “segundo ciclo da borracha” entre Belém e Paris, numa referência a influência que a cidade europeia teve sobre o Pará há mais de 100 anos.

A prefeita de Paris ficou mundialmente conhecida por ter mergulhado no Sena durante as Olimpíadas, sob aplausos dos espectadores, para provar que confiava na despoluição do rio. Ana Hidalgo é uma líder global em sustentabilidade urbana e enfrentamento das mudanças climáticas. Modelos já em funcionamento em Paris tem o potencial de serem replicados em Belém.

“Eu creio que aqui nós vemos o movimento do mundo. A força do mundo, da humanidade, da inovação vem também dessa diversidade. Também é isto que viemos buscar como energia nessa relação entre Paris e Belém”, finalizou a prefeita de Paris, que planeja tornar a capital da França a mais verde da Europa até 2030 e que busca em Belém inspirações.

Hidalgo não chegou a citar os conflitos envolvendo imigrantes, que são crescentes nos países europeus, inclusive em Paris, mas destacou que o Hemisfério Norte em geral tem muito a aprender sobre a convivência com a diversidade que ela afirmou estar presenciando na capital paraense.

“As soluções só avançarão se forem construídas nas cidades e em meio a diversidade. Temos muito a aprender com a diversidade desse líder do Sul Global que é o Brasil e com a cidade de Belém, que está na Amazonia”, afirmou ela, do Partido Socialista francês.

Saiba mais

Belém ficou conhecida como Paris N’América ou Petit Paris na virada dos séculos 19 para 20, quando o ciclo da borracha financiou a pujança da região Norte. O estilo francês, na época marcado pelo movimento conhecido como Belle Époque, influenciou especialmente a elite da época, moldando a cultura, a gastronomia, a moda e até o espírito dos gestores públicos, que promoveram reformas urbanas inspiradas no modo de vida europeu, especialmente o parisiense.

Boa parte da repaginação ocorreu na gestão do intendente Antonio Lemos, que governou Belém de 1897 a 1911, reformulando a estrutura urbana da cidade. Nesse período, a cidade ganhou iluminação elétrica, água encanada e iniciou o sistema de esgoto. Foram abertos bulevares, praças, palacetes, cafés e clubes.

Heranças da fase áurea da borracha estão especialmente na área central do município. A Basílica de Nazaré, o Theatro da Paz, a Praça da República, a Praça Batista Campos o Quartel do Corpo de Bombeiros.

Também são símbolos daquele momento a modernização do Mercado do Ver-o-Peso. Foi nessa época que local ganhou torres com escamas de zinco, inspiradas na Art Nouveau. Dentro do complexo, e também vieram da Europa as estruturas metálicas do Mercado de Ferro ou Mercado de Peixe, erguido na época, e do Mercado Municipal de Carne, que passou por reformas. (As informações são da Folha de S. Paulo)

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