Quinta-feira, 25 de dezembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de dezembro de 2025
O prefeito de Diadema (SP), Taka Yamauchi (MDB), foi condenado pela Justiça Eleitoral de São Paulo a seis meses e 25 dias de detenção, em regime inicial aberto, por difamação e injúria eleitoral contra o chefe de gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marco Aurélio Santana Ribeiro, conhecido como Marcola. Ainda cabe recurso.
Em nota, Taka Yamauchi disse que tomou ciência da sentença e que a decisão foi proferida em 1ª instância e ainda está sujeita a recurso.
“O prefeito reafirma seu respeito às instituições e à Justiça, confiante de que os esclarecimentos serão devidamente apreciados pelas instâncias superiores, no exercício pleno do direito ao contraditório e à ampla defesa. Neste momento, não haverá manifestação adicional sobre o mérito do processo.”
Na sentença, a juíza eleitoral Clarissa Rodrigues Alves afirma que Taka Yamauchi ofendeu a honra e o decoro de Marco Aurélio ao chamá-lo de “Marcola” e associá-lo ao crime organizado durante um debate entre candidatos à prefeitura de Diadema.
Na ocasião, ao dirigir uma pergunta ao então candidato à prefeitura de Diadema José de Filippi Júnior (PT), Yamauchi afirmou que “o tal de Marcola, lá de Brasília”, teria enviado dinheiro de forma irregular para Diadema. Disse também que o dinheiro “não chegou para a população”.
“O Brasil vem sofrendo há muito tempo com o crime organizado, inclusive o tal de Marcola, lá de Brasília, de forma irregular, mandou dinheiro aqui para Diadema, conforme denunciado pela mídia. E o pior é que esse dinheiro não chegou para a população. A pergunta é simples, candidato, cadê o dinheiro? ‘Tá’ vindo de táxi?”, disse Yamauchi na ocasião.
Segundo a juíza, ao afirmar durante o debate que o Brasil vem sofrendo com o crime organizado e, em seguida, usar o advérbio “inclusive” para associar essa afirmação a Marco Aurélio, Yamauchi difamou a honra do assessor e ofendeu sua dignidade e seu decoro. Isso porque é de conhecimento notório que Marcos Willians Herbas Camacho (cujo apelido também é Marcola), e não o assessor de Lula, é um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
“O réu sabia que o apelido da vítima Marco Aurélio era “Marcola” e, ao relacionar o seu nome com o crime organizado por suposta utilização de verbas irregulares, assumiu o risco de provocar o resultado no caso em questão, qual seja, a ofensa à honra objetiva e subjetiva da vítima”, escreveu Clarissa.
A magistrada acrescentou que “não é necessário ser um exímio intérprete para constatar que a frase no contexto eleitoral visou abalar a reputação do outro candidato”.