Por Redação do Jornal O Sul | 14 de outubro de 2021
Na quarta-feira (13), o surfista Pita Tavares, 41 anos, esperava uma onda sentado em sua prancha na praia central de Balneário Camboriú, Litoral de Santa Catarina, quando sentiu algo em suas pernas. Em meio aos gritos de alerta dos banhistas, percebeu se tratar de um pequeno tubarão com cerca de 1 metro. Praticante do esporte há 30 anos na região, ele afirma nunca ter testemunhado esse tipo de ocorrência.
“O animal veio de frente para mim e passou do lado do meu joelho”, prossegue”, relatou Tavares em entrevista à imprensa. “Quando foi para trás e pensei que ia embora, ele bateu a calda na minha perna e deu uma cabeçada nas minhas costas. Nunca vi uma história dessas aqui, nem em televisão. Nunca tive uma coisa que fosse me assustar tanto quanto aquilo ali.”
O incidente ocorreu por volta das 16h30min, quando o mar estava cheio de surfistas. Segundo Tavares, ao menos quatro pessoas que estavam próximas viram o animal. Outro surfista à sua frente gritou ao perceber o animal se aproximando. Ele se assustou:
“Outro cara que estava um pouco para frente começou a gritar ‘tubarão, tubarão!’ e eu me apavorei, bati com o braço. O tubarão só encostou nas minhas costas. Mas no meu pensamento, dentro da água e até sair, ele tinha arrancado um pedaço das minhas costas. Na areia, estava tão apavorado que gritava para o pessoal tirar minha roupa, que minhas costas estavam cortadas. Mas não tinha nada”.
Após relatar o episódio em suas redes sociais, um biólogo entrou em contato com o surfista. De acordo com ele, se tratava se uma espécie que costuma se alimentar de presas mortas.
Baixa probabilidade
Conforme o biólogo marinho Marcelo Szpilman, diretor-presidente do AquaRio, as chances de ataque de tubarão no Litoral Sul do Brasil podem ser consideradas como bastante raras, por causa das espécies que ocorrem na região. “Esses animais são comuns na costa brasileira mas não costumam ser vistos em águas mais escuras”, detalha.
“De uma forma geral e especialmente na Região Sul, as chances de um ataque de tubarão no litoral brasileiro são absolutamente desprezíveis”, explica. “Além disso, as espécies que ocorrem do Sudeste para baixo no mapa são muito mais tranquilas que as do Nordeste, como o tubarão-tigre e, especialmente, o cabeça-chata.”
Segundo caso em um mês
Na primeira quinzena de setembro, pessoas flagraram um tubarão nadando na área conhecida como molhe da Barra Sul. Imagens que ainda circulam nas redes sociais permitem a especialistas apontarem a possibilidade de que o animal avistado tenha sido um tubarão-martelo.
Após os registros, usuários questionaram se o fato poderia ter relação com a extensão da faixa de areia recentemente instalada em Balneário Camboriú. A Secretaria do Meio Ambiente de Santa Catarina assegura, no entanto, que não é possível fazer essa ligação e que tudo está dentro da normalidade.
