Sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Presidente da Câmara dos Deputados diz que relação com o governo teve “altos e baixos” e espera superar “divergências” em 2026

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que espera, em 2026, manter o diálogo e superar divergências que ocorreram com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste ano. Na avaliação do parlamentar, a relação com o Palácio do Planalto termina o ano “estabilizada” e que lutará pela harmonia entre os Três Poderes.

“Essa questão da relação com o governo, como todas as relações das nossas vidas, você tem altos e baixos. E isso é muito natural, porque cada Poder tem a sua independência, cada Poder tem a sua maneira de agir, tem a sua dinâmica interna”, afirmou. “A relação, na minha avaliação, termina o ano estabilizada, termina o ano com uma perspectiva de que entremos em 2026 conversando mais, dialogando mais e superando as divergências que aconteceram aí ao longo do ano.”

A votação do projeto de lei antifacção na Câmara é um exemplo recente da relação de Motta com governo. O deputado chegou a romper relações com o líder do PT na Casa Legislativa, Lindbergh Farias (RJ).

Ainda na semana passada, Motta teve um novo atrito com o governo ao anunciar a votação do “PL da Dosimetria”. Líderes de bancadas disseram que não sabiam com antecedência da decisão de Motta de pautar o projeto naquela terça-feira.

“Não está escrito na Constituição que um Poder tem que concordar com o outro em 100% dos pontos”, disse Motta. “Eu tenho uma relação de profundo respeito, diálogo com o presidente Lula. Nós temos conversado muito, como disse aqui, existem as discordâncias, mas esse respeito não se perdeu mesmo quando existiu essa essa divergência”, afirmou.

Motta e Alcolumbre

Motta também comentou sobre a relação com o outro Poder da República, o Judiciário, e com o Senado. Sobre a outra Casa Legislativa, Motta disse que nunca viu, durante os seus quatro mandatos, uma relação tão boa entre Câmara e Senado.

“Quero registrar que eu não me recordo desses quatro mandatos que eu estou aqui, como deputado federal, o momento em que a Câmara e o Senado tiveram uma relação tão boa entre os seus presidentes. Nós temos conversado muito, o Davi (Alcolumbre, presidente do Senado) com a realidade do Senado, mas sempre conversando”, afirmou.

Houve rusgas entre as duas Casas durante esses dois anos, porém. Em setembro, a Câmara aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que dificultava a responsabilização criminal de parlamentares. O texto acabou arquivado no Senado, para protestos de deputados, que alegaram quebra de acordo.

Motta falou que é preciso lutar pela harmonia entre os Poderes. Sobre o STF, Motta avalia que a Corte teve “atuação responsável” e que manteve diálogo constante durante todo o ano.

Ele comentou a operação da Polícia Federal contra os parlamentares Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Carlos Jordy (PL-RJ) deflagrada nesta sexta-feira (19). Ele afirmou que o STF exerceu “seu papel de investigar” e que vai monitorar para evitar “exageros” do Poder Judiciário.

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