Domingo, 23 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 14 de abril de 2023
Quando assumiu mais um mandato de presidente da Câmara dos Deputados, em 1º de fevereiro, Arthur Lira (PP-AL) foi categórico ao afirmar que o deputado que extrapolasse na conduta iria responder no Conselho de Ética.
Dois meses depois, Lira pretende cumprir tal promessa. Quer instalar o colegiado já na semana o que vem e com ameaça de punição aos colegas que exageraram nas comissões.
Ninguém perderá o mandato pelos excessos até aqui cometidos, mas a tendência é de que os “exagerados” recebam advertências de até três meses sem salário, como forma de dar o exemplo e de se instituir o respeito.
“Superbloco”
Na última quarta-feira (12), Lira fechou a formação de um novo bloco parlamentar que se tornará o maior da Casa.
No total, o grupo reúne nove partidos de centro e de esquerda, que somam 173 deputados. São eles: PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PSB e PDT.
Lira decidiu articular o novo bloco em reação ao “blocão” anunciado por MDB, PSD, Podemos, Republicanos e PSC e que até então era o maior da Câmara, com 142 parlamentares.
O tamanho dos blocos, vale ressaltar, é importante porque dá força aos partidos dos grupos para reivindicarem relatorias de projetos relevantes e outros espaços dentro da Casa.
A liderança do novo blocão vai ficar, nesse primeiro ano, com o deputado Felipe Carreiras (PE), atual líder do PSB na Câmara. O PDT deve assumir o comando do grupo em 2024.
A ideia de ter partidos de esquerda na liderança nos primeiros anos foi pensada para diminuir especulações de que o novo blocão articulado por Lira será de oposição ao governo.
Poder
O anúncio da formação de um “superbloco” na Câmara consolida o poder de influência do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e aumenta o peso de sua “chantagem” sobre o governo, segundo avaliação da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
A parlamentar afirmou que o novo arranjo dá mais poderes para escolher e organizar ocupantes de postos estratégicos, como relatorias de projetos importantes.
“Esse superbloco consolida ainda mais o poder do Arthur Lira”, declarou. “Aumenta a lógica da chantagem sobre o governo federal. É a lógica do fisiologismo se sobrepondo a ideias e a projetos de transformação real para o povo.”