Domingo, 23 de novembro de 2025

Presidente da Câmara dos Deputados quer punição “exemplar” para acabar com os “excessos” de colegas

Quando assumiu mais um mandato de presidente da Câmara dos Deputados, em 1º de fevereiro, Arthur Lira (PP-AL) foi categórico ao afirmar que o deputado que extrapolasse na conduta iria responder no Conselho de Ética.

Dois meses depois, Lira pretende cumprir tal promessa. Quer instalar o colegiado já na semana o que vem e com ameaça de punição aos colegas que exageraram nas comissões.

Ninguém perderá o mandato pelos excessos até aqui cometidos, mas a tendência é de que os “exagerados” recebam advertências de até três meses sem salário, como forma de dar o exemplo e de se instituir o respeito.

“Superbloco”

Na última quarta-feira (12), Lira fechou a formação de um novo bloco parlamentar que se tornará o maior da Casa.

No total, o grupo reúne nove partidos de centro e de esquerda, que somam 173 deputados. São eles: PP, União Brasil, PSDB, Cidadania, Solidariedade, Patriota, Avante, PSB e PDT.

Lira decidiu articular o novo bloco em reação ao “blocão” anunciado por MDB, PSD, Podemos, Republicanos e PSC e que até então era o maior da Câmara, com 142 parlamentares.

O tamanho dos blocos, vale ressaltar, é importante porque dá força aos partidos dos grupos para reivindicarem relatorias de projetos relevantes e outros espaços dentro da Casa.

A liderança do novo blocão vai ficar, nesse primeiro ano, com o deputado Felipe Carreiras (PE), atual líder do PSB na Câmara. O PDT deve assumir o comando do grupo em 2024.

A ideia de ter partidos de esquerda na liderança nos primeiros anos foi pensada para diminuir especulações de que o novo blocão articulado por Lira será de oposição ao governo.

Poder

O anúncio da formação de um “superbloco” na Câmara consolida o poder de influência do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), e aumenta o peso de sua “chantagem” sobre o governo, segundo avaliação da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

A parlamentar afirmou que o novo arranjo dá mais poderes para escolher e organizar ocupantes de postos estratégicos, como relatorias de projetos importantes.

“Esse superbloco consolida ainda mais o poder do Arthur Lira”, declarou. “Aumenta a lógica da chantagem sobre o governo federal. É a lógica do fisiologismo se sobrepondo a ideias e a projetos de transformação real para o povo.”

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