Segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Presidente da Colômbia reage a sanções econômicas impostas contra ele e familiares pelo governo norte-americano

Após ter seu nome e o de familiares incluídos em lista de bloqueio econômico pelo governo dos Estados Unidos, por suposta associação ao narcotráfico, o presidente colombiano Gustavo Petro se manifestou sobre o assunto nas redes sociais. Ele negou qualquer vínculo com atividades suspeitas e frisou que não curvará ao colega norte-americano Donald Trump.

“De fato, a ameaça de Washington foi cumprida”, escreveu. “Tenho combatido efetivamente o narcotráfico há décadas, inclusive ajudando a acabar com o uso de cocaína nos Estados Unidos. É um grande paradoxo. Mas não darei um passo para trás, nem me colocarei de joelhos.”

O texto menciona o senador republicano Bernie Moreno, do Estado norte-americano de Ohio. Cerca de dois dias antes do anúncio das medidas, o parlamentar havia antecipado que Trump imporia sanções a Petro, embora não estivesse nos planos impor “tarifaço” à Colômbia.

A relação entre Colômbia e Estados Unidos chegou ao pior nível da história recente e tem piorando desde que Donald Trump assumiu a Casa Branca, em janeiro. Na semana passada, Trump chamou Petro de “líder do tráfico ilegal de drogas” e fez uma ameaça ao líder colombiano que fechasse as rotas dos criminosos em território colombiano:

“É melhor fazer isso imediatamente, ou os Estados Unidos farão de uma forma não agradável”. Em resposta, Petro publicou no X uma postagem em que chamou Trump de “rude” e “ignorante”.

Em setembro, os Estados Unidos revogaram o visto do presidente da Colômbia depois que Gustavo Petro se juntou a uma manifestação pró-Palestina em Nova York e instou os soldados americanos a desobedecerem às ordens de Trump.

Petro é um duro crítico da atuação de Trump emo nível internacional e tem criticado a atuação de militares americanos no mar do Caribe. Ele argumenta que os bombardeios contra barcos pequenos ferem “o princípio universal da proporcionalidade da força”.

Entenda

A medida contra o líder colombiano e seus familiares foi anunciada em meio à crescente campanha militar norte-americana de “guerra às drogas”, incluindo ataques em águas internacionais contra embarcações supostamente controladas por organizações criminosas.

Além de Petro, foram sancionados sua esposa e primeira-dama, Verónica Alcocer, o filho Nicolás Petro e o ministro do Interior, Armando Benedetti. “O Tesouro está sancionando o presidente colombiano Gustavo Petro por seu papel no tráfico ilícito de drogas.”

“Desde que Gustavo Petro assumiu o poder, a produção de cocaína na Colômbia atingiu o nível mais alto em décadas, inundando os Estados Unidos e envenenando os americanos”, acusou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, sem mencionar estatísticas oficiais. “Ele permitiu que os cartéis de drogas prosperassem e se recusou a interromper essa atividade.”

De acordo com um comunicado, Petro entrou na lista por “ter se envolvido, ou tentado se envolver, em atividades e transações que contribuíram materialmente para, ou representaram um risco significativo para, a proliferação internacional de drogas ilícitas ou seus meios de produção”.

As autoridades americanas também acusam Petro de ter “se aliado ao regime narcoterrorista de Nicolás Maduro”, presidente da vizinha Venezuela e um dos principais alvos de Trump no cenário geopolítico das Américas.

Impacto

A lista é elaborada com apoio do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac, na sigla em inglês), agência do Departamento do Tesouro. Por causa das sanções, qualquer propriedade de Petro ou de outros sancionados pelos Estados Unidos deve ser reportada ao órgão.

“Seja qual for a propriedade, direta ou indiretamente, individual ou conjuntamente, em 50% ou mais por uma ou mais pessoas bloqueadas, também está bloqueada”, acrescentou o Departamento do Tesouro.

O comunicado observou que os regulamentos, em geral, também proíbem todas as transações por americanos relacionadas a qualquer propriedade das pessoas sancionadas. A violação das sanções pode resultar em penalidades civis ou criminais para americanos e estrangeiros. (com informações da rede britânica BBC)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Celso Amorim alerta que intervenção externa na Venezuela pode incendiar a América do Sul
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play