Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de novembro de 2025
O senador Fabiano Contarato (PT-ES), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, afirmou que a esquerda brasileira precisa repensar sua forma de lidar com o tema da segurança pública. Em entrevista ao programa Os Três Poderes, da revista Veja, o parlamentar defendeu uma abordagem equilibrada e técnica nas investigações, sem espaço para disputas partidárias. Segundo ele, o objetivo é que a CPI produza resultados concretos e ajude a aprimorar as políticas públicas voltadas para o combate ao crime no país.
“Não dá para confundir ser progressista com ser permissivo. É possível defender direitos humanos e, ao mesmo tempo, combater o crime com firmeza”, declarou Contarato.
O senador reforçou que pretende conduzir os trabalhos da comissão com serenidade, priorizando o enfrentamento de organizações criminosas, milícias e esquemas de lavagem de dinheiro. Ele destacou ainda a importância de investigar o uso de fintechs e criptomoedas para movimentações ilícitas.
O parlamentar enfatizou que não permitirá que a CPI se transforme em um espaço de disputas partidárias. “Eu sou do Partido dos Trabalhadores, mas tenho posição muito contundente sobre o combate à criminalidade. Não quero que essa CPI se transforme em palanque eleitoral”, afirmou.
Contarato disse reconhecer que o debate sobre segurança pública ainda enfrenta resistência em setores da esquerda, mas considerou que é necessário encarar o tema de maneira mais pragmática.
“A esquerda tem dificuldade em avançar nessa pauta, mas o Brasil não pode mais conviver com a impunidade”, avaliou. Ele acrescentou que o país “não pode continuar terceirizando a responsabilidade” sobre segurança pública, e defendeu que o enfrentamento à criminalidade organizada deve ser tratado como uma questão de Estado, não de governo.
Com prazo inicial de 120 dias, a CPI pretende mapear as fontes de financiamento de facções criminosas e propor medidas estruturais de prevenção e repressão. O senador ressaltou que o foco será compreender o funcionamento das redes ilegais e apresentar soluções viáveis, de modo a fortalecer a atuação das instituições de segurança e justiça.
Para Contarato, o grande desafio da comissão será equilibrar firmeza e serenidade. “Eu acredito no poder da convergência, até entre antagônicos. É assim que a gente vai conter os excessos e produzir resultados concretos”, concluiu o parlamentar, sinalizando que pretende adotar uma condução técnica e transparente dos trabalhos da CPI, com o objetivo de buscar consenso entre diferentes forças políticas e contribuir para o fortalecimento do combate ao crime organizado no País. (Com informações da revista Veja)