Segunda-feira, 20 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 8 de dezembro de 2023
O presidente da Guiana, Mohamed Irfaan Ali, afirmou ter recebido apoio do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva na disputa com a Venezuela sobre a região de Essequibo.
“O presidente Lula me garantiu que o Brasil apoia fortemente a Guiana e que não apoiaria nenhum comportamento imprudente da Venezuela” afirmou Ali durante entrevista à CNN nesta semana.
Irfaan Ali afirmou que o governo guianense trabalha em conjunto com o Departamento de Estado dos Estados Unidos.
“Deixamos bem claro aos investidores e a todos os guianenses que Essequibo pertence à Guiana. Em 1899, as fronteiras foram resolvidas. A Venezuela participou da determinação da fronteira”, disse.
A entrevista foi ao ar após a cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro, durante a qual Lula defendeu uma solução diplomática para a tensão em Essequibo.
“Nós estamos acompanhando com crescente preocupação a questão de Essequibo. O Mercosul não pode ficar alheio a essa situação, uma coisa que não queremos na América do Sul é guerra”, declarou o petista na ocasião.
Para ele, a Venezuela age fora da lei ao desrespeitar a Corte Internacional de Justiça (CIJ), que decidiu em favor da Guiana.
“Nossas Forças Armadas estão em alerta máximo. A Venezuela declarou-se fora da lei.”
Irfaan Ali informou ter comentado o caso com o secretário-geral da Organização das Nações Unidas e com vários líderes. Segundo ele, trata-se de uma “grave ameaça” à paz e a segurança internacionais.
O presidente da Guiana diz que tem tratado do tema em órgãos multilaterais, como a Comunidade do Caribe (Caricom), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Commonwealth, bem como com “muitos parceiros bilaterais”, entre eles Estados Unidos, Brasil, Reino Unido e França.
A Guiana, uma nação de 800 mil habitantes, busca agora apoio da comunidade internacional para manter a soberania sobre o território, que corresponde a 70% da superfície do país.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, assinou nesta sexta-feira (8) uma série de decretos para incorporar Essequibo em um estado venezuelano.
Pela primeira vez, Maduro deu um horizonte para os planos serem levados adiante: “para cumprir o mandato do povo que votou pelo sim”. Ele fez uma referência ao plebiscito realizado no último domingo (3), com participação de metade dos eleitores da Venezuela, em que a anexação de Essequibo foi aprovada.
Maduro mandou criar o Estado de Guiana Essequibo, nomeou o general Alexis Rodríguez Cabello como autoridade única do território e ordenou à estatal PDVSA que distribua licenças para exploração de petróleo na região. Um novo mapa do país, com a área anexada, também foi exibido por ele.