Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 26 de fevereiro de 2022
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky recusou uma oferta dos Estados Unidos de sua retirada de Kiev, informou a embaixada da Ucrânia no Reino Unido no sábado (26) por meio das redes sociais. O objetivo seria evitar que ele seja morto por militares russos. A publicação traz uma declaração de Zelensky, afirmando “precisar de munição, não de carona”. O post acrescenta que os ucranianos estariam “orgulhosos de seu presidente”.
Zelensnky também postou em seu Twitter um vídeo destacando que “não estão abaixando as armas” e disse que a Rússia o tem como inimigo número 1, além de sua família. “De acordo com as informações que temos, o inimigo me fez o alvo número um, e minha família, o alvo número dois. Eles querem destruir a Ucrânia politicamente destruindo o chefe do Estado”.
Quem é Zelensky
Eleito para a presidência da Ucrânia em 2019 com 73% dos votos no segundo turno, Volodymyr Zelensky é um ator e comediante de 44 anos que não tinha experiência política até assumir o principal cargo do país.
Nascido na cidade do centro da Ucrânia de Kryvy Rig e filho de pais judeus, ele se formou em direito pela Universidade Nacional Econômica de Kiev, mas nunca seguiu carreira jurídica.
Zelensky ficou conhecido por seus monólogos no teatro e, curiosamente, fez sucesso na TV na série “Servo do povo”, na qual interpretou um professor de história que chegou ao cargo de presidente do país de forma inesperada.
Ao lançar sua candidatura para a presidência, inicialmente Zelensky não foi levado a sério. No entanto, ganhou força com uma campanha focada principalmente nas redes sociais, na qual evitou comícios públicos e se comunicou com eleitores principalmente via internet.
Como candidato, Zelensky procurou ganhar capital político com a desilusão dos eleitores com a elite política, considerada corrupta e ineficaz, e se apresentou como uma alternativa ao establishment. Ele, no entanto, não apresentou suas políticas nem informou quem iria nomear para cargos importantes.
Zelensky prometia combater a corrupção, aproximar a Ucrânia dos países do Ocidente e pressionar a Rússia a deixar áreas ocupadas do território ucraniano.
Quando tomou posse, em maio de 2020, o presidente ucraniano anunciou a dissolução do Parlamento já em seu discurso inaugural. A medida, legalmente controversa, foi tomada para que ele pudesse convocar eleições legislativas antecipadas. O objetivo era obter maioria no Parlamento e formar um governo que conseguisse aprovar suas promessas de campanha.
Na posse, ele também afirmou que sua primeira tarefa seria acabar com o conflito no leste do país, onde estão as regiões separatistas reconhecidas nesta semana pela Rússia como independentes. Desde 2014, separatistas da região de Donbass tentam proclamar independência, com apoio dos russos.
Zelensky também prometeu “proteger a soberania e a independência da Ucrânia” e disse que só dialogaria com a Rússia após a devolução de prisioneiros de guerra e do território ucraniano ocupado.
Trump
O momento de maior destaque internacional de Zelensky até o ápice da tensão com a Rússia que culminou no atual conflito havia sido em 2019, quando ele acabou envolvido com o processo de impeachment aberto contra Donald Trump no parlamento norte-americano.
Às vésperas da corrida eleitoral, Trump pediu a Zelensky que elaborasse um dossiê sobre o filho de seu rival Joe Biden, que teve negócios na Ucrânia.
O ex-presidente dos Estados Unidos sugeriu que poderia ajudar os ucranianos com US$ 400 milhões em suprimentos militares. Trump sofreu seu primeiro impeachment por isso, mas o Senado dos Estados Unidos não o afastou do cargo.