Segunda-feira, 07 de julho de 2025

Presidente do Banco Central diz que corte de 0,5% nos juros básicos é apropriado para as próximas duas reuniões do Copom

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nessa terça-feira, 7, considerar apropriado o ritmo de cortes de 0,5 ponto porcentual da Selic nas próximas reuniões, como sinalizou o Comitê de Política Monetária (Copom).

“Temos visibilidade para as próximas duas reuniões”, disse Campos Neto durante fórum de estratégias de investimento da Bradesco Asset e Bradesco Global Private. Nesse tempo, emendou, será possível avaliar o desenrolar do cenário global, como a desaceleração ou não da economia dos Estados Unidos no ritmo esperado e impactos da perda de tração da China no Brasil.

Será também monitorado o andamento de agendas importantes no Congresso, em especial o pacote tributário encaminhado ao Legislativo para equilibrar as finanças públicas.

Campos Neto avalia que o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos segue favorável, contribuindo para um desempenho do câmbio relativamente estável na comparação com outros mercados emergentes.

Ele ponderou, porém, que se o prêmio de risco fiscal aumentar no Brasil, em paralelo à elevação do prêmio de risco nas curvas de juros dos países desenvolvidos, a situação afetará, embora não mecanicamente, o processo de decisão do Copom.

Meta fiscal

Campos Neto disse ainda que os participantes do mercado não esperam déficit zero nas contas públicas primárias em 2024, mas é importante que o governo persiga essa meta. Segundo ele, um afrouxamento da meta fiscal pioraria as expectativas para as contas públicas a partir de 2025, gerando assim um maior prêmio de risco.

Ele manifestou que apoia o esforço do Ministério da Fazenda em reforçar “o máximo possível” a intenção de cumprir a meta.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse no final de outubro que o governo dificilmente vai conseguir cumprir a meta de déficit zero em 2024, mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem dado declarações de que a intenção é cumpri-la. Nesta terça, Lula afirmou que o governo irá “garantir estabilidade fiscal”.

“Lição de casa”

O presidente do BC disse ainda que o Brasil precisa fazer sua “lição de casa” na parte fiscal em meio aos desafios do cenário externo, conforme a perspectiva de juros mais altos por mais tempo traz a possibilidade de impactos negativos na liquidez que podem afetar países emergentes.

Falando no Fórum de Estratégias de Investimentos da Bradesco Asset Management, Campos Neto disse que o Brasil tem feito um bom trabalho na parte fiscal em comparação com seus pares, mas chamou a atenção para um “questionamento muito grande” em relação à meta de resultado primário.

Seus comentários vieram horas após a ata do Copom ter mostrado percepção do BC de que cresceu a incerteza sobre a capacidade do governo de cumprir as metas fiscais estabelecidas.

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