Terça-feira, 07 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 7 de outubro de 2025
O presidente do Equador, Daniel Noboa, foi alvo de um atentado nesta terça-feira (7), segundo o governo. A ministra de Energia, Inés María Manzano, afirmou que ele não se feriu e classificou o ataque como uma “tentativa de assassinato”.
O atentado aconteceu quando o carro de Noboa chegava a um evento na província de Cañar, na região central do país. De acordo com Manzano, o ataque foi promovido por uma multidão de cerca de 500 pessoas.
A ministra disse ainda que o carro em que estava o presidente ficou com marcas de bala, indicando que o veículo foi alvejado. O grupo também atirou pedras. Pelo menos cinco pessoas foram presas.
“Atirar contra o carro do presidente, jogar pedras, danificar patrimônio do Estado — isso é crime”, disse Manzano. “Não vamos permitir isso.”
Um vídeo divulgado pela Presidência, gravado de dentro de um carro, mostra pessoas atirando pedras contra o veículo. Outra imagem mostra janelas quebradas e o para-brisa trincado. Veja abaixo.
Em um comunicado, o governo informou que todos os presos serão processados por terrorismo e tentativa de homicídio. Segundo a ministra de Energia, uma denúncia formal de tentativa de assassinato contra Noboa foi registrada.
Atualmente, Noboa enfrenta uma onda de protestos de povos indígenas contra o aumento do preço do diesel, que passou de US$ 1,80 para US$ 2,80 por galão (de R$ 9,60 para R$ 15, na cotação atual). Os valores subiram por causa do fim de um subsídio do governo.
A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie), maior organização de povos originários do país, iniciou em 22 de setembro uma onda de protestos devido ao aumento. As manifestações incluíram bloqueios de vias em várias províncias.
Segundo dados oficiais e de ONGs, os protestos deixaram um manifestante morto, cerca de 150 feridos — entre civis, militares e policiais. Cerca de 100 pessoas foram detidas.
No sábado (5), o Noboa decretou estado de emergência por 60 dias em 10 das 24 províncias do Equador, citando “grave comoção interna”. O decreto menciona “paralisações e atos de violência que alteraram a ordem pública” e uma “radicalização” dos protestos.
Sobre o atentado desta terça-feira, a Conaie afirmou que a polícia e o Exército agiram brutalmente contra pessoas que estavam na região por onde passava o carro com Noboa. O órgão afirmou que mulheres idosas participavam da manifestação e que cinco pessoas foram detidas “arbitrariamente”.