Quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Presidente do INSS pede que sua vice seja afastada do cargo e cita proximidade com ex-dirigente preso

O presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, pediu o afastamento de Léa Bressy Amorim tanto da função de vice-presidente do Instituto quanto do cargo de diretora de Tecnologia da Informação. O pedido foi formalizado em um ofício encaminhado ao ministro da Previdência, Wolney Queiroz, na última sexta-feira (14). No documento, Waller Júnior apresenta suas justificativas, enfatizando que considera o afastamento necessário diante do momento vivido pelo órgão e das investigações em andamento.

No ofício, o presidente do INSS faz referência direta a uma fase da Operação Sem Desconto, conduzida pelas autoridades competentes e destinada a apurar suspeitas de fraudes contra aposentados e pensionistas do Instituto. Essa etapa da operação resultou na prisão do ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que já havia sido afastado do cargo quando a ação policial foi deflagrada. Segundo o documento, os desdobramentos da operação criaram um cenário institucional sensível, exigindo medidas para assegurar a continuidade das apurações e a preservação da imagem do órgão.

Léa Bressy Amorim é apontada como ligada a Stefanutto, e já ocupava o cargo de vice-presidente quando Waller Júnior assumiu a presidência do INSS, em abril deste ano. Na carta enviada ao ministro, o presidente menciona “a notória proximidade pessoal da senhora Léa Bressy Amorim com o investigado (Stefanutto)” e argumenta que essa proximidade é pública e de conhecimento da CPMI do INSS. Para ele, essa circunstância reforça a necessidade de oferecer, segundo suas palavras, “apoio irrestrito à apuração dos fatos”.

Waller Júnior também afirma que o cargo ocupado por Léa Bressy é estratégico dentro da estrutura do Instituto e que, diante do contexto atual, há “a necessidade de defesa do interesse público” e da manutenção da imagem institucional do INSS. Esses elementos, conforme apresenta no ofício, justificariam a adoção da medida administrativa.

Após receber o pedido, o ministro da Previdência, Wolney Queiroz, enviou um novo ofício ao presidente do INSS na quarta-feira (19). No documento, o ministro solicita que Waller Júnior detalhe, “de forma objetiva”, quais crimes, irregularidades ou eventuais desvios éticos embasam o pedido de afastamento da servidora. Queiroz afirma que considera fundamental o esclarecimento preciso desses pontos para que qualquer procedimento interno esteja respaldado em fundamentos concretos.

Em nota, o ministro reforça “que nenhum servidor pode ser exposto ou afastado apenas por alegações subjetivas, vínculos pessoais ou referências genéricas, sem qualquer indício de conduta irregular”. Ele acrescenta que o objetivo do ofício é “garantir transparência, rigor e responsabilidade administrativa, evitando que insinuações sem base comprometam a reputação de servidores ou a credibilidade do INSS”. (Com informações do jornal O Globo)

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