Domingo, 07 de setembro de 2025

Presidente do partido de Bolsonaro diz que quando a anistia vier o ex-presidente será candidato de novo

À frente do maior partido do Congresso Nacional, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, aposta todas as fichas no retorno do ex-presidente Jair Bolsonaro à disputa eleitoral em 2026. “Não temos plano B. O nosso plano é o Bolsonaro candidato”, enfatizou, em entrevista ao Correio.

Valdemar defendeu a aprovação da anistia aos réus do 8 de Janeiro e disse ter certeza de que haverá 300 votos para aprovar o projeto que livra os extremistas de punição, porque “todos (congressistas) têm o mesmo interesse na próxima eleição”. “O centro estará junto com a direita, e nós vamos ganhar a Presidência da República”, frisou.

Ele criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF). “A anistia é justa, porque eles (réus do 8 de Janeiro) estão sendo processados em uma instância incorreta. Eles estão processando no Supremo, mas teriam que estar processando todo esse pessoal na primeira instância”, sustentou.

Na avaliação do dirigente, a direita seguirá unida sob a liderança do ex-presidente — ou de um nome que ele indicar. “Quem vai decidir quem será o nosso candidato do PL, ou apoiado pelo PL, vai ser o presidente Bolsonaro, porque ele colocou o nosso partido no patamar em que estamos hoje”, justificou. A seguir, os principais trechos da entrevista:

1) O senhor afirmou recentemente que a direita vai pedir anistia após o julgamento do STF. É uma forma de evitar confronto direto com a Corte neste momento?

Não, é porque nós temos de ter, primeiro, o julgamento das pessoas para, depois, pedirmos anistia. Podemos antecipar o processo, mas não definir a aprovação final. Nós queremos adiantar o processo. Mas só após o julgamento aprovaríamos a anistia, que é justa, porque eles estão sendo processados em uma instância incorreta. Eles estão processando no Supremo, mas teriam que estar processando todo esse pessoal na primeira instância. Está completamente irregular. O Supremo não poderia estar julgando Bolsonaro; ele tinha que ter sido julgado na primeira instância, assim como diz a lei. Quando o presidente sai do mandato, ele só pode ser julgado na primeira instância, para poder ter outra instância para recorrer. No caso, eles julgaram todos os problemas que nós tivemos no 8 de Janeiro no Supremo, tudo irregular, tudo ilegal.

2) O PL realmente tem os 300 votos que o senhor mencionou para aprovar a anistia? Como garante que essa base ainda vai se manter unida até o momento da votação?

Tenho certeza de que sim, que todos têm o mesmo interesse na próxima eleição. O centro estará junto com a direita, e nós vamos ganhar a Presidência da República. Um dos grandes problemas que enfrentamos hoje é o governo trabalhando contra a gente. Isso pesa muito e dificulta a nossa vida. E aí surgem esses problemas, como estão acontecendo agora.

3) O senhor reafirma a tese de que os parlamentares de direita vêm falando que Bolsonaro “está sofrendo uma perseguição política”?

Vejo isso como uma falha do Supremo, porque o próprio Supremo devia reagir. Quando levaram o processo, os ministros deveriam ter falado: “Esse processo não pode ser julgado aqui, está ilegal”. É por isso que nós vamos ter mais facilidade em aprovar a anistia, porque todo mundo sabe, todos os deputados federais, todos os senadores sabem que o julgamento está na instância errada, que não dá chance de o cidadão recorrer. Esse é o grande problema. Você não tem direito a um segundo julgamento.

4) Caso o ex-presidente Jair Bolsonaro seja condenado, a anistia não soaria para a sociedade como um perdão político a crimes considerados graves? Como pretende explicar isso para o eleitorado mais moderado?

Não, de forma alguma. Ele tem hoje a opinião pública a favor dele. Nós temos mais da metade da população que apoia o Bolsonaro. O que acontece é o seguinte: o Bolsonaro não cometeu crime nenhum. Esse é o problema. Eles usam o 8 de Janeiro para dizer que foi um golpe de Estado. Golpe de estado com aquele pessoal quebrando as coisas? Se eles conseguissem derrubar o governo, quem seria a ministra da Justiça? A mulher do batom? Quem seria o ministro da Fazenda? O cidadão que quebrou o relógio? Aquilo é uma bobagem. Foi uma loucura que fizeram, que aproveitaram o momento e fizeram aquela bobagem. Noventa e nove por cento do pessoal que estava em Brasília não participou daquilo.

5) O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, também está mobilizado pela anistia. Por que a intensificação dessa pauta só agora?

Não é só agora. É porque nós nunca esperávamos, mesmo com tudo isso acontecendo, que a situação chegasse aonde chegou, de eles chegarem ao final e julgarem no Supremo. Todo mundo, inclusive o Tarcísio, sabe que o julgamento está sendo feito de maneira irregular. (Com informações do Correio Braziliense)

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