Quinta-feira, 21 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 21 de agosto de 2025
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), reclamou da polarização política e disse, em tom de desabafo, que ele e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), estão esmagados entre os polos. Segundo ele, a humanidade vive seu momento mais delicado.
“Estamos ficando esmagados. Porque a todo instante o presidente Hugo e eu estamos sendo convocados e até mesmo ameaçados a escolhermos o lado. Ou temos que nos posicionar a favor do governo ou temos que nos posicionar contra o governo”, declarou o presidente do Senado.
“Estou com saudade do debate no plenário do Senado e do Congresso que sejam a favor do Brasil. Estamos vivendo um processo permanente de eleição”, disse Alcolumbre.
“Estamos vivendo uma constante guerra eleitoral. Não interessa a mim essa guerra eleitoral. E não interessa à maioria dos brasileiros”, disse ele.
Segundo ele, a maioria das pessoas está “apavorada de se manifestar” por causa da polarização.
O senador mencionou, sem citar nomes, o motim bolsonarista que tomou os plenários da Câmara e do Senado no começo do mês.
“Vivemos um momento, na volta do recesso, delicadíssimo na história da nação brasileira, da democracia”, afirmou ele.
“Estamos vivendo desde a última eleição uma agressão maluca às instituições democráticas e republicanas. E eu estou no meio delas”, declarou Alcolumbre, mencionando ter a obrigação de defender as prerrogativas do Legislativo.
Alcolumbre deu as declarações no Congresso Nacional, durante o lançamento do livro “Memórias e Testemunhos – Revelações Políticas”, do ex-senador Edison Lobão. Hugo Motta também estava na solenidade.
O presidente do Senado afirmou que costuma dizer a Motta para ficar firme e fazer seu trabalho “tendo a certeza absoluta que no outro dia pela manhã vamos continuar sendo atacados”.
“Presidente Hugo Motta, fique firme. Você é presidente da Câmara dos Deputados, teve 444 votos. Estou presidente do Senado, tive 73 votos. Fique firme, de cabeça erguida com a autoridade dada por Deus e pelo Parlamento. Porque estamos vivendo numa condição muito relevante, de atores importantes desse processo, no momento mais delicado da história da humanidade”, declarou na quarta-feira (20) durante evento de divulgação do livro do ex-ministro e ex-senador Edison Lobão.
Alcolumbre, que é judeu, também disse que vem sendo alvo de ataques religiosos nas redes sociais. “Na última vez que isso começou, mataram mais de 6 milhões de pessoas”, afirmou, em referência ao holocausto.
“Não é possível. ‘Tem que eliminar esse porque não resolveram tudo muitos anos atrás’”, disse o presidente do Senado, em aparente referência a algum ataque religioso que recebeu.