Terça-feira, 14 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de janeiro de 2023
Em pouco mais de 40 horas, a Califórnia viveu três massacres a tiros com 19 mortos no total. Em resposta, a Casa Branca afirmou que apresentou ao Senado uma proposta de controle de armas, em uma nova tentativa de proibir a venda de fuzis, que expirou em 2004.
Nas primeiras três semanas do ano, os EUA já registraram 39 massacres, segundo o grupo Gun Violence Archive, que monitora a violência armada no país – a organização considera como chacina todo ataque com arma de fogo que deixa quatro ou mais mortos ou feridos, não incluindo o atirador.
“Comunidades em toda a América foram atingidas por tragédia após tragédia, incluindo ataques a tiros em massa de Colorado Springs a Monterey Park”, disse o presidente americano, Joe Biden, em comunicado.
A sequência de ataques começou no sábado (21) em Monterey Park, quando Huu Can Tran, de 72 anos, executou 11 pessoas e se matou 24 horas depois. Na segunda-feira (23|), Hunli Zhao, de 67 anos, foi preso duas horas depois de matar 7 pessoas em Half Moon Bay. Pouco depois, a 60 quilômetros dali, em Oakland, um tiroteio deixou um morto e sete feridos.
Detalhes
As semelhanças entre os dois primeiros massacres são notáveis. Ambos os atiradores eram homens asiáticos mais velhos. É raro que idosos e asiáticos cometam esse tipo de ataque – a idade média dos atiradores nos EUA é de 32 anos, de acordo com a ONG Violence Project.
As vítimas nos dois casos também eram de origem asiáticas, muitas ainda comemorando o ano-novo lunar. Os investigadores ainda estão apurando a motivação do primeiro ataque, mas seguem uma teoria de que Tran, o atirador, foi motivado por queixas pessoais e estava “procurando pessoas específicas por um motivo específico”.
Os três ataques a tiros dos últimos dias não foram os únicos na Califórnia recentemente. Na semana passada, seis pessoas foram mortas em um ataque com arma de fogo no Condado de Tulare. As vítimas incluíam uma adolescente de 16 anos e seu bebê de 10 meses. A quantidade de mortes em ataques a tiros era menor nos EUA, entre 1994 e 2004, quando vigorou uma proibição da venda de fuzis, como a que Biden gostaria de reintroduzir, segundo um estudo de 2019 realizado por pesquisadores da Escola de Medicina Grossman, da Universidade de Nova York.
A lei de 1994 vetou a venda de 19 armas com características militares, incluindo fuzis semiautomáticos e alguns tipos de rifles e pistolas. Também proibiu pentes com mais de 10 cartuchos de munição. Em 2004, o Congresso permitiu que a lei expirasse, cedendo à pressão dos defensores da liberação da venda de armas.