Quarta-feira, 02 de julho de 2025

Presos criminosos que aplicavam o “golpe do falso advogado” no Rio Grande do Sul

A Polícia Civil gaúcha deflagrou, na manhã desta quarta-feira (2), a Operação Falso Patrono para desarticular um grupo especializado em estelionatos, falsificação de documentos e uso de identidade falsa. Os criminosos aplicavam o chamado “golpe do falso advogado” em vítimas no Rio Grande do Sul.

Com o apoio de policiais civis de outros Estados, foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e 18 de busca e apreensão no Ceará, em Santa Catarina e em Minas Gerais. Cinco criminosos foram presos.

Mais de 100 agentes participaram da operação. Entre as vítimas do grupo, está um ex-vereador de Porto Alegre.

Como funciona o golpe

Segundo as investigações, a fraude ocorria por meio de um método que combina engenharia social com o acesso a informações processuais, em sua maioria públicas. Os golpistas monitoravam os sistemas dos tribunais para identificar processos judiciais, especialmente aqueles relacionados a precatórios, requisições de pequeno valor ou indenizações. A partir disso, coletavam nomes das partes, CPFs, nomes de advogados e números de processos.

De posse desses dados, os criminosos entravam em contato com as vítimas, geralmente por WhatsApp ou ligação telefônica, utilizando números desconhecidos. Apresentavam-se como falsos advogados, assessores, secretários de escritórios de advocacia ou até mesmo como funcionários de tribunais.

“A abordagem é altamente convincente. O golpista informa que determinado valor, como precatórios ou indenizações, foi finalmente liberado. Para conferir veracidade, enviam documentos falsificados com timbres do Poder Judiciário ou de escritórios de advocacia. O ponto central do golpe é a imposição de uma condição para a liberação do dinheiro: a vítima deve pagar custas processuais, impostos ou taxas cartorárias de forma antecipada. O pagamento é solicitado via Pix, geralmente para contas de terceiros, conhecidos como laranjas. Em alguns casos, os criminosos utilizam chamadas de vídeo, fotos, vídeos e áudios com linguagem jurídica, aumentando a credibilidade da fraude e dificultando a identificação do golpe pelas vítimas”, informou a Polícia Civil gaúcha.

Investigação

No ano passado, diante do elevado número de registros de ocorrência por parte de advogados gaúchos, que relataram a utilização indevida de seus nomes e dados profissionais em abordagens fraudulentas aos seus clientes, a Polícia Civil deu início à investigação, com a instauração de diversos inquéritos policiais.

Na sequência, foram iniciadas diligências com o objetivo de identificar e responsabilizar os autores dos crimes. Foram utilizadas ferramentas tecnológicas de investigação, que permitiram identificar 15 indivíduos no Estado do Ceará, um em Santa Catarina e um em Minas Gerais.

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