Terça-feira, 17 de junho de 2025

Previdência privada e títulos públicos são opções para fazer “pé-de-meia” dos filhos

Datas como o Dia da Criança e aniversários costumam ser ocasiões para reunir a família e presentear os pequenos com brinquedos, roupas e eletrônicos. Mas uma outra opção tem entrado na lista de pais e familiares: os investimentos. Com tempo de sobra para planejar até o crescimento da criança, é possível começar desde cedo uma reserva financeira para pagar a faculdade dos filhos no futuro, para investir no primeiro negócio ou começar a vida adulta com casa ou carro próprio.

Embora existam várias opções de ativos disponíveis no mercado, os fundos de previdência privada se destacam. Segundo a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi), os recursos da modalidade destinados a menores de 18 anos alcançaram R$ 32 bilhões em reservas no País. Somente entre janeiro e agosto deste ano, foram aportados R$ 1,75 bilhão – um aumento de 28,9% em relação ao mesmo período de 2021.

Frederico Mesnik, CEO e sócio-fundador da Trígono, explica que a grande vantagem que esses fundos oferecem é tributária. “Quanto mais tempo você deixa o seu dinheiro em um fundo de previdência, menos imposto você paga ao resgatar”, diz.

Pela tabela do Imposto de Renda, o mínimo que se paga sobre o rendimento em um investimento no Tesouro Direto, por exemplo, é de 15% para títulos com vencimento superior a dois anos. Nos planos de previdência, se o investidor deixar o dinheiro por mais de dez anos o porcentual cobrado cai para 10%.

Apesar de ser um investimento pensado para acompanhar o crescimento de uma criança, não é tão difícil alcançar os dez anos. “A criança vai precisar do dinheiro para a faculdade, para um casamento ou um apartamento, e ela está pelo menos dez anos distante dessa realidade. Mas quem achar que pode precisar tirar esse dinheiro antes de cinco anos, é melhor não investir, ou pode ter prejuízo em relação à renda variável”, destaca Mesnik.

A recomendação é fazer aportes menores e constantes de acordo com a realidade de cada investidor. Nesse sentido, é mais importante começar cedo do que já ter um grande montante para alocar. “Na minha opinião, aportes regulares e mensais são a melhor estratégia. Existem estudos que mostram que isso pode maximizar o ganho e minimizar o estresse quando os mercados vão mal”, diz Rodrigo Knudsen, gestor da Empiricus Investimentos.”

Critérios de escolha

Na hora de escolher em qual fundo investir, algumas questões precisam ser levadas em consideração. A primeira é escolher entre as duas modalidades da previdência privada: o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Geradora de Benefício Livre). No primeiro, o imposto é cobrado sobre o valor total investido, enquanto no segundo a cobrança considera os rendimentos.

O segundo ponto de atenção é que as estratégias de alocação (maior ou menor risco do investimento) podem variar de fundo para fundo. Ernesto Leme, CCO da Principal Claritas, explica que uma das vantagens de fazer esse investimento com uma perspectiva de longo prazo é poder adotar um perfil mais arrojado.

“Um jovem tem a possibilidade de ter uma carteira dentro do plano de previdência com um risco muito maior do que aquela pessoa que já está em uma fase mais tardia na vida”, afirma. Isso porque os adultos têm uma possibilidade maior de precisar dos recursos de forma mais imediata, enquanto as crianças ainda têm o suporte financeiro dos pais e podem deixar o fundo sem saques por anos seguidos.

“Um portfólio mais arriscado tem perspectiva de retorno mais atraente no longo prazo”, diz Leme. Ele afirma ainda que é preciso ficar de olho nas taxas de administração cobradas e no gestor responsável pelo fundo de previdência, para saber como seu dinheiro está sendo gerido.

Embora a recomendação dos especialistas recaía sobre os fundos de previdência privada, é possível construir uma reserva para as crianças por meio de outros ativos.

Para quem preferir essa opção, Leme recomenda as NTNBS, também conhecidas como Tesouro IPCA+. Além de ser um título público, de baixo risco visto que é pago pelo governo, está atrelado à inflação e consegue proteger o portfólio de desvalorizações da moeda no longo prazo. “Com investimentos a partir de R$ 30 ao mês, é possível comprar um título do Tesouro, que hoje paga um juro real bem atraente”, diz.

A Bolsa de Valores também pode ser uma opção. Tudo vai depender dos objetivos do investidor. “Se for para um objetivo de muito longo prazo, como pagar a faculdade daqui a 18 anos, eu iria de 100% de renda variável”, afirma Felipe Pontes, diretor educacional e de P&D do TC.

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