Sábado, 12 de julho de 2025

Primeira denúncia de assédio sexual contra o ex-presidente da Caixa foi após seis meses no cargo

A primeira denúncia contra o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi registrada em 5 de julho de 2019, seis meses após o executivo ter assumido o comando do banco, segundo notificação do Ministério Público do Trabalho (MPT).

Em setembro de 2019, a Caixa recebeu mais uma denúncia contra ele. Em novembro de 2020 foi apresentada outra. Em 2021, foram mais três e em maio de 2022 mais uma. Foram sete denúncias sem que fossem tomadas quaisquer providências.

Guimarães deixou o cargo em 29 de junho de 2022, após a divulgação de denúncias de assédio sexual a funcionárias. Nesse mesmo dia, a Caixa recebeu mais duas denúncias contra ele. Até 15 de julho, foram registradas mais cinco, somando ao todo 14, de acordo com a notificação do MPT.

O documento do MPT não detalha se as denúncias são de caráter sexual ou moral. Contudo, a própria Caixa admitiu, logo após a divulgação das queixas, que abriu processo para apurar uma denúncia de assédio sexual contra Guimarães em maio.

Na notificação, o procurador do Trabalho, Paulo Neto, cobra esclarecimentos sobre o funcionamento do canal de denúncias do banco e sobre eventual registro a “viva voz”. O documento foi enviado à Caixa no início desta semana, quando o procurador transformou as investigações preliminares em inquérito civil, o que amplia o poder de investigação do MPT.

Ele determinou à Caixa o envio da cópia integral dos processos administrativos relativos às 14 denúncias, bem como providências adotadas. Os documentos serão anexados ao inquérito civil.

Sigilo

Neto decretou sigilo das informações e documentos do processo de investigação das denúncias de assédio contra Guimarães. Segundo o despacho, a decisão abrange informações de documentos apresentados pelos investigados, depoimentos de testemunhas e dados fornecidos pelas polícias e órgãos de fiscalização.

Além de proteger as testemunhas, a medida tem por objetivo assegurar o andamento dos trabalhos, “considerando que a publicidade de tais elementos de prova pode acarretar prejuízo à investigação”.

A Caixa foi notificada na terça-feira (26) e tem prazo de dez dias para encaminhar ao MPT vários documentos. Entre eles, cópia integral dos processos e providências tomadas a respeito de 14 denúncias registradas no canal interno que tem relação com assédio sexual e moral, entre 2019 e 2022.

No caso de comprovação das denúncias pelo MPT, o inquérito é convertido em uma denúncia formal à Justiça contra o banco e Guimarães, que pode resultar em uma ação. As denúncias por assédio sexual também estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF).

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