Domingo, 03 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 3 de agosto de 2025
Chegam às farmácias nesta segunda-feira (4), as primeiras canetas para o tratamento de obesidade e diabetes de produção 100% nacional, anunciou a farmacêutica EMS, responsável pela fabricação.
Os produtos têm como princípio ativo a liraglutida, substância que imita a ação do hormônio GLP-1, responsável, entre outras funções, por retardar o esvaziamento gástrico e aumentar a produção de insulina, ajudando, assim, a aumentar a saciedade e reduzir o apetite, além de controlar os níveis de glicose no sangue.
Até agora, a liraglutida só era comercializada no País por meio dos dois medicamentos de referência, Saxenda e Victoza, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk. A produção nacional foi possível após a queda das patentes desses medicamentos, no ano passado.
De acordo com a EMS, estão sendo lançados dois produtos: o Olire, voltado ao controle da obesidade e com dosagem de 3 mg ao dia, e o Lirux, indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e com dosagem de 1,8 mg ao dia. Vale ressaltar que, ao contrário de outros medicamentos análogos do GLP-1, como semaglutida e tirzepatida, a liraglutida é de uso diário, e não semanal.
Em estudos clínicos, a liraglutida resultou em perda de peso média de 4 kg a 6 kg, com parte dos pacientes atingindo entre 5% e 10% de redução do peso corporal. A substância também é associada a melhorias nos marcadores de risco cardiovascular.
Os novos produtos terão preços sugeridos a partir de R$ 307,26 (embalagem com 1 caneta), R$ 507,07 (Lirux com 2 canetas) e R$ 760,61 (Olire com 3 canetas), de acordo com a EMS. Os clientes que fizerem parte do programa de descontos da companhia terão acesso a preços 10% menores.
A expectativa da farmacêutica é a de que os produtos nacionais fossem comercializados com valores 10% a 20% mais baixos do que os medicamentos de referência, mas, em pesquisa feita pelo Estadão nesta sexta em sites de drogarias, Saxenda e Victoza estão sendo vendidos com descontos de mais de 30%, o que faz os preços dos produtos dos dois fabricantes ficarem muito próximos.
A EMS informou que, inicialmente, as canetas estarão disponíveis nas redes de drogarias Raia, Drogasil, Drogaria São Paulo e Pacheco. “Os produtos já estão nos centros de distribuição dessas redes e estarão disponíveis para venda nos sites e em parte das lojas físicas do Sul e Sudeste do País, com expansão gradual para as demais regiões ao longo das próximas semanas”, informou a empresa.
A EMS diz ter investido mais de R$ 1 bilhão para viabilizar a produção das canetas em território nacional. Para a produção dos medicamentos, a empresa inaugurou no ano passado a primeira fábrica de peptídeos do País.
Localizada em Hortolândia, no interior de São Paulo, a planta tem capacidade inicial para produzir 20 milhões de canetas injetáveis por ano, e possibilidade de dobrar a produção para 40 milhões.
A companhia se prepara agora para lançar a semaglutida (princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy, também da Novo Nordisk) em 2026, após a queda da patente no País. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)