Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Primeiro-ministro da Alemanha se encontra com presidente russo nesta terça-feira para tentar evitar invasão da Ucrânia

Criticado por um postura discreta e supostamente tolerante em relação à Rússia no início da crise com a Ucrânia, o primeiro-ministro alemão Olaf Scholz deve desembarcar em Moscou nesta terça-feira (15). Ele, que assumiu o cargo há dois meses (no lugar de Angela Merkel), vai se encontrar com o presidente Vladimir Putin, em uma tentativa de mediação para evitar a invasão da ex-república soviética.

Nesta segunda-feira, o chanceler germânico de 63 anos foi recebido em Kiev, capital ucraniana, pelo presidente Volodymyr Zelensky. Em seguida, pegou um avião para a capital russa. Horas antes, declarou que seu objetivo é “agarrar a oportunidade para dialogar”. E emendou:

“Vou à Ucrânia para falar com Zelensky, depois sigo para Moscou para conversar com Putin. Em ambos os casos, trata-se de explorar como podemos a tentativa de assegurar a paz na Europa. Parte disso é que compreendemos ser esta uma ameaça muito séria à paz no continente”.

Scholz também frisou que sanções ocidentais contra a Rússia serão adotadas de forma imediata em caso de invasão de militares russos ao país vizinho:

“Se houver ataque ou qualquer medida que ameace a integridade territorial e soberania da Ucrânia, serão dadas respostas duras e punições que preparamos cuidadosamente e que podem ser efetivadas em conjunto com nossos aliados na Europa e na Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte, que conta com a participação dos Estados Unidos]”.

Na quinta-feira passada, Olaf Scholz alertou que a Rússia não deve subestimar a “união” e a “determinação” dos europeus, enquanto prosseguiam esforços diplomáticos intensos para evitar um conflito na Ucrânia.

Um dos pontos críticos para o representante de Berlim tem sido o gasoduto Nord Stream 2, que liga a Rússia e a Alemanha e que poderá ser incluído nas sanções de resposta a eventual invasão.

Presidente alemão

Reeleito no domingo (13) para um segundo mandato de cinco anos como presidente da Alemanha (o país é governado pelo regime parlamentarista, no qual coexistem administrativa e politicamente um primeiro-ministro e um presidente), Frank-Walter Steinmeier já alertou seu colega russo Vladimir Putin para o risco de guerra na Europa:

“Estamos no meio de um risco de conflito militar, de uma guerra na Europa Oriental e a responsabilidade é de Moscou. O povo do Leste Europeu tem direito a uma vida sem medo e sem ameaças, à autodeterminação e soberania. Nenhum país tem o direito de destruir isso e, quem quer que o tente, responderemos de forma decisiva”.

Ele também mandou um recado incisivo a Putin: “Não subestime a força da democracia. A paz não pode ser considerada um dado adquirido. Precisa ser ‘trabalhada’ uma e outra vez. Com diálogo, mas tornam-se necessárias também a clareza, dissuasão e determinação.”

O discurso de Steinmeier vem na sequência do apelo feito pelas autoridades de Berim aos cidadãos alemães que se encontram em território ucraniano, no sentido de deixem a ex-república soviética.

O Ocidente acusa a Rússia de ter reunido dezenas de milhares de tropas junto à fronteira da Ucrânia para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia (em 2014) e de apoiar, desde então, uma guerra separatista na região do Donbass, localizada no Leste ucraniano.

A Rússia, por sua vez, tem negado tal intenção. Mas condiciona o fim da crise a exigências que alega serem necessárias para manter a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Otan.

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