Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 6 de outubro de 2025
O primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6) após permanecer menos de um mês no cargo. A informação foi confirmada pelo Palácio do Eliseu em um comunicado. O presidente do país, Emmanuel Macron, aceitou a renúncia.
Lecornu apresentou a carta de demissão poucas horas após o gabinete Macron ter anunciado uma nova composição de governo, com uma reformulação de ministros. O premiê atribuiu sua renúncia à intransigência dos partidos políticos do país, que, segundo ele, colocaram os próprios interesses à frente dos da França.
“A composição do governo não foi tranquila e despertou certos apetites partidários. Às vezes, de forma bastante legítima, ligados à próxima eleição presidencial. Eu estava pronto para ceder, mas cada partido político queria que o outro adotasse todo o seu programa”, disse Lecornu em um discurso no pátio do Palácio de Matignon, sede do gabinete do primeiro-ministro.
Macron nomeou o ex-ministro da Defesa como premiê em 9 de setembro. Ele substituiu François Bayrou, que renunciou ao cargo após nove meses de gestão e depois de perder voto de confiança no Parlamento. Lecornu foi o quinto premiê do segundo mandato de Macron, que começou em 2022.
A renúncia de Lecornu deve agravar ainda mais a crise política na França e a situação do governo Macron. O presidente agora precisará buscar recompor o governo francês, o que pode ocorrer nomeando um novo premiê ou convocando novas eleições.
A instabilidade no governo francês se deve principalmente a uma grande crise econômica no país. Autoridades francesas de diversos espectros políticos reagiram à renúncia de Lecornu. Entre os pedidos, estão a dissolução do Parlamento, o impeachment de Macron e explicações do presidente.
Lecornu, de 39 anos, foi o ministro da Defesa mais jovem da história francesa e idealizador de um grande reforço militar até 2030, impulsionado pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Ex-conservador que se juntou ao movimento centrista de Macron em 2017, Lecornu ocupou cargos em governos locais, territórios ultramarinos e durante o “grande debate” dos coletes amarelos de Macron, onde ajudou a controlar a revolta popular por meio do diálogo.