Domingo, 16 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 15 de novembro de 2025
William revelou, em participação no programa “Domingão com Huck”, que ele e a esposa, Kate Middleton, optaram por manter os três filhos, George, de 12 anos, Charlotte, de 10, e Louis, de 7, afastados dos celulares por enquanto. Segundo o príncipe, a medida visa proteger as crianças de conteúdos impróprios e ajudá-las a vivenciar a infância de forma mais saudável.
“Eles não têm telefone. Quando George for para o segundo grau, talvez a gente dê a ele um celular, mas com acesso limitado”, contou ao apresentador, destacando que a decisão é fruto de uma escolha consciente do casal. Mas será que adiar o uso do celular é realmente benéfico?
A terapeuta especialista em desenvolvimento humano e CEO da Entrelaço Terapias, Danielle Ribeiro, afirma que postergar o acesso ao aparelho pode ser uma prática positiva e favorecer a infância.
“Neste período, é importante que a criança explore o mundo real, brinque, se relacione e desenvolva atenção e criatividade sem distrações digitais. Ao postergar o acesso, os pais favorecem um uso mais consciente e equilibrado no futuro”, afirma.
Já o especialista em tecnologia e diretor de marketing da Navita Enghouse, Wally Niz, observa que a ausência precoce do celular não compromete o aprendizado tecnológico das crianças.
“Hoje estamos cercados de tecnologia: a televisão já possui diversos recursos digitais, e nas escolas há uso de tablets voltados para o aprendizado. Portanto, o fato de a criança não usar celular desde cedo não deve causar prejuízo significativo. Além disso, a curva de aprendizado tende a ser rápida, já que a maioria dos aplicativos é desenvolvida para oferecer uma experiência intuitiva. Assim, quando a criança tiver idade mais avançada, a adaptação ao uso do celular será natural e simples”, destaca.
Wally acrescenta que, apesar disso, manter adolescentes longe do aparelho é cada vez mais desafiador:
“Embora não seja recomendável o uso frequente, é difícil controlar totalmente, pois os jovens começam a conquistar mais independência. Ainda assim, é possível manter a comunicação sem conceder acesso total ao dispositivo. Existem ferramentas de controle parental que permitem limitar o tempo de uso, definir quais sites podem ser acessados e até acompanhar a localização.”
Danielle ressalta que o uso precoce pode impactar o desenvolvimento emocional. “Quando o uso é precoce, já pode haver impacto desde a primeira infância. Antes dos 6 anos, a criança aprende sobre emoções por meio do convívio e do brincar, algo que o celular tende a substituir. A partir dos 10 ou 12 anos, o risco passa a ser o comparativo social e a busca por aprovação nas redes”, pontua.
Segundo Wally, muitas escolas já incentivam o distanciamento das telas. “Hoje é perfeitamente possível que uma criança cresça sem celular. Existem, inclusive, iniciativas em algumas escolas que proíbem o uso do aparelho em qualquer momento, justamente para evitar o uso excessivo. Crianças e adolescentes precisam vivenciar o ócio, brincar e interagir com outras pessoas sem estarem conectados constantemente a redes sociais, cujo objetivo é manter o usuário engajado o maior tempo possível”, observa. Com informações do portal O Globo.