Quarta-feira, 19 de novembro de 2025

Prisão do dono do Banco Master é “desnecessária e ilegal”, diz sua defesa, que nega tentativa de fuga

A defesa de Daniel Bueno Vorcaro, proprietário do Banco Master, classificou como “desnecessária e ilegal” a prisão do empresário, realizada na noite de segunda-feira (17) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. De acordo com o advogado Roberto Podval, não havia qualquer tentativa de fuga por parte de Vorcaro, que estaria apenas embarcando para os Emirados Árabes Unidos com o objetivo de concluir a negociação de venda do banco em Dubai. Segundo o defensor, a viagem fazia parte de um processo já previamente alinhado e não representava risco de evasão do País.

A Polícia Federal (PF), porém, decidiu antecipar o cumprimento da ordem de prisão diante da suspeita de que o empresário pudesse tentar deixar o Brasil depois que se tornou público, naquele mesmo dia, o anúncio de que o Banco Master seria vendido à Fictor Holding Financeira. A empresa informou que havia firmado um acordo inicial com um consórcio de investidores sediados nos Emirados Árabes Unidos, o que, na avaliação da PF, poderia indicar movimentações atípicas do executado.

Podval, entretanto, afirmou que a viagem não tinha relação com uma possível fuga, mas sim com as tratativas comerciais envolvendo a instituição financeira. “Não faz sentido. Tínhamos peticionado ao juiz ainda ontem. Ele estava indo para fechar a venda do banco. A operação era sigilosa; estávamos peticionando por causa da imprensa, que vazava boatos”, declarou o advogado. Ele acrescentou que se deslocou até Brasília na tarde dessa terça-feira (18) para acompanhar o caso e reforçar os argumentos da defesa diante das autoridades responsáveis.

O advogado também rebateu versões de que a prisão teria ocorrido de forma abrupta ou durante a madrugada, sugerindo uma tentativa de caracterizar o procedimento como irregular. “O que demorou foi a formalidade da prisão”, afirmou, evitando fornecer detalhes adicionais sobre o momento da detenção ou sobre a logística adotada pela Polícia Federal durante a execução do mandado.

Operação

A prisão de Vorcaro está inserida no contexto da Operação Compliance Zero, conduzida pela Polícia Federal, que apura um suposto esquema de criação e negociação de carteiras de crédito consideradas insubsistentes. Segundo informações divulgadas pela PF, esses títulos teriam sido repassados a outra instituição financeira e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por novos ativos sem avaliação técnica apropriada. A investigação aponta possíveis práticas que configurariam irregularidades graves no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.

Além do mandado de prisão contra Vorcaro, a operação cumpre outros quatro mandados de prisão preventiva e dois de prisão temporária, além de 25 ordens de busca e apreensão. As ações ocorreram nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e no Distrito Federal, envolvendo pessoas supostamente vinculadas ao Banco Master. (Com informações do jornal O Globo)

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