Sábado, 02 de agosto de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 1 de agosto de 2025
Após ser presa por autoridades italianas no início dessa semana, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi transferida para a prisão feminina Germana Stefanini, parte do complexo penitenciário de Rebibbia, em Roma. A unidade faz parte de um dos maiores complexos prisionais da Europa, que sofre com problemas de superlotação.
Zambelli passou por uma audiência de custódia nessa sexta-feira (1°) e, de acordo com o embaixador do Brasil no país, Renato Mosca, ficou decidido que ela permanecerá lá enquanto corre seu processo de extradição.
O complexo penitenciário de Rebibbia ficou conhecido internacionalmente após receber a visita do Papa Francisco no fim de 2024. Na ocasião, ele fez uma missa na capela do complexo prisional em que pediu aos reclusos para “escancarem as portas do coração”. No passado, a penitenciária foi administrada por freiras.
Além do problema de superlotação (abriga hoje mais de 1.500 presos), o presídio ficou conhecida por manter reclusa uma detenta grávida de origem bósnia que deu à luz a uma bebê dentro da carceragem. O caso foi relatado pelo jornal Corriere della Sera, em 2021.
Pelas celas de Rebibbia também passaram detentas notáveis, como a atriz Goliarda Sapienza, que foi presa nos anos 80 por um roubo de joias e escreveu o livro “A Universidade de Rebibbia” sobre o seu tempo no cárcere. E a integrante da organização armada de esquerda Brigada Vermelha Diane Melazzi, que foi condenada à prisão perpétua por atos terroristas. Ela foi encontrada morta com sinais de enforcamento na cela, em 2009.
Estrutura e história
A penitenciária está localizada no bairro de Rebibbia, em Roma, e foi construída na década de 1950 para abrigar, originalmente, detentas juvenis. Depois foi administrada por freiras vicentinas até que as diretoras da prisão assumiram o controle em 1979.
A estrutura é composta por duas alas grandes e quatro menores, além de espaços verdes para uso interno das detentas e uma grande fazenda onde algumas delas trabalham. A maior ala, chamada “Camerotti”, abriga as mulheres detidas sob o regime geral – ou seja, que ainda estão aguardando julgamento –, o caso de Zambelli. Cada andar tem 12 celas com quatro camas (dois beliches) e um banheiro separado (com bidê). Os chuveiros com água quente são compartilhados em cada um dos três andares.
São 156 celas funcionando no total e 94 banheiros, além de 2 campos esportivos, um teatro, seis salas de aula, uma creche e uma biblioteca. A unidade também conta com um médico de plantão 24 horas por dia, 7 dias por semana. Psiquiatras prestam 25 horas de atendimento por semana.
Visitas e ligações
Para receber visitas, as presas precisam pedir autorização à diretora da prisão e elas só podem ocorrer quando houver “motivos razoáveis”. No caso das detentas que ainda aguardam julgamento, um alvará da Justiça deve ser apresentado.
Advogados das detentas devem fazer agendamento de encontros no local – não há opção por telefone – e as visitas são liberadas apenas no período da manhã, de 8h30 às 14h.
Para fazer ligações telefônicas, as internas precisam comprar um cartão disponibilizado pela Central de Comando.
As prisioneiras podem receber quatro pacotes por mês, com peso máximo de 20 quilos, contendo roupas e alimentos. No entanto, há várias restrições de itens. As peças de vestuário enviadas, por exemplo, não podem ter enchimento, ombreiras, capuzes, botões acolchoados ou strass e enfeites. Com informações do G1