Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 10 de janeiro de 2022
O incêndio que matou 19 pessoas no último domingo (9) em um prédio residencial no bairro do Bronx, em Nova York (EUA), provavelmente teve origem no aquecedor elétrico de um 120 dos apartamentos. A hipótese foi levantada pelo chefe local do Corpo de Bombeiros, Dan Nigro, durante entrevista coletiva.
De acordo com a perícia, as chamas teriam começado na sala de um duplex entre o segundo e terceiro andares do edifício, uma torre de 19 pavimentos. Ao saírem do local, os ocupantes do apartamento deixaram a porta aberta, o que contribuiu para a rápida propagação do fogo.
Até o momento, há 19 mortos (nove deles menores de idade) e 30 hospitalizados, alguns em estado bastante grave. O incêndio é considerado como o mais grave da história recente da cidade e foi comparado por Dan Nigro ao ocorrido em 1990 no clube Happy Land, no qual 87 pessoas morreram – em um incidente similar ao da boate Kiss, no Brasil.
O prefeito Eric Adams destacou que poderia haver muitos gambianos entre as vítimas, já que essa é uma área do Bronx onde essa comunidade africana é majoritária, e prometeu que todos seriam sepultados respeitando suas tradições.
Um dos moradores do edifício relatou a jornalistas que o local conta com um alarme de incêndio que disparava frequentemente e sempre sem motivo aparente. Isso pode ter contribuído para que hoje os moradores dos 120 apartamentos do bloco de 19 andares não terem levado a sério um alerta quando ele era verdadeiro.
Questionado, o chefe dos bombeiros não pôde confirmar a informação, mas disse que seu departamento recebeu um primeiro aviso logo após o início do incêndio e chegou ao local três minutos depois.
Cerca de 200 bombeiros estiveram envolvidos no resgate dos moradores, que estão sendo realojados em hotéis próximos e outros prédios públicos, disse Nigro, observando que seus agentes continuaram a retirar pessoas intoxicadas mesmo depois de ficarem sem ar.
Os oficiais retiraram pessoas “em todos os andares”, muitas com parada cardíaca e respiratória, disse Nigro a repórteres.
Incidentes anteriores de grandes proporções
O pior evento do tipo já registrado na Big Apple ocorreu em 1911 em uma fábrica no sul de Manhattan, no qual morreram 146 pessoas. “Os números são horríveis”, acrescentou Adams, que viveu o primeiro grande drama do mandato como prefeito, iniciado em 1º de janeiro.
O incêndio de hoje foi o segundo em grande escala ocorrido em menos de uma semana nos Estados Unidos, após o registrado na última quarta-feira (5) em um prédio residencial na Filadélfia, no qual morreram 12 pessoas, incluindo oito crianças.
No Bronx, muitos moradores foram salvos pelos bombeiros através das janelas do prédio, como pode ser visto em imagens publicadas nas redes sociais e de acordo com relatos de diversos sobreviventes aos meios de comunicação local.
“Eu estava gritando: ajudem-me! Por favor, venham nos pegar!”, disse ao jornal The New York Times, Wesley Patterson, um homem de 28 anos que mora no terceiro andar do prédio e foi resgatado por meio de uma escada.
Cristal Diaz, outra moradora, disse ao jornal “The New York Post” que aa sentir cheiro de fumaça colocou toalhas molhadas na porta: “Não sabíamos o que fazer. Olhamos pelas janelas e vimos todos os corpos que estavam sendo retirados com lençóis”.
“Estou horrorizado com o incêndio devastador no Bronx hoje. Meu coração está com os entes queridos de todos aqueles que perdemos tragicamente, a todos os afetados e aos nossos heroicos bombeiros”, declarou a governadora do estado de Nova York, Kathy Hochul, por meio de postagem no Twitter.