Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de julho de 2023
A Procuradoria-Geral da República desistiu de obter nomes e dados de identificação de todos os seguidores do ex-presidente Jair Bolsonaro em redes sociais. Na semana anterior, a defesa de Bolsonaro pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitasse o pedido da PGR.
Agora, a Procuradoria quer que as redes sociais informem se 244 pessoas já denunciadas por participação nos atos de 8 de janeiro seguem ou deixaram de seguir o ex-presidente, e ainda se repostaram mensagens de Bolsonaro sobre temas como fraude nas eleições e intervenção militar.
No ofício enviado a Moraes, a PGR pede que as plataformas informem se os denunciados eram ou são seguidores de Bolsonaro; data na qual ex-seguidores deixaram de seguir perfil e se repostaram publicações do ex-presidente a respeito de supostas fraudes no sistema eleitoral e relacionadas à intervenção militar.
Segundo o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos — indicado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para representar a PGR nos casos relacionados aos ataques — é “pertinente considerar o expressivo volume de dados decorrente do número de seguidores em redes sociais” de Jair Bolsonaro.
“A demandar tempo e esforços, o que, neste momento, poderá comprometer a capacidade operacional de levantamento, de forma célere, dos dados solicitados, além do risco de comprometer o fluxo seguro para a transmissão das informações”, escreveu.
“Assim, visando o interesse público e a paz social, considerando, ainda, a imprescindibilidade de garantir a eficiência e celeridade no andamento das investigações e diante do que se mostra mais necessário no atual momento das investigações, o Ministério Público Federal requer que seja desconsiderado o pedido”, acrescentou.
Segundo o pedido, a identificação deverá ser focada em uma lista de réus anexadas ao pedido. A assessoria de imprensa da PGR informou que constam da lista 244 denunciados.
Réus no Supremo
Após seis meses dos atos extremistas do 8 de janeiro, o STF já tornou réus 1.290 acusados de participação nos atos. Cerca de 250 pessoas ainda continuam presas por conta das ações.
O relator dos casos, ministro Alexandre de Moraes, já demonstrou desejo de levar a julgamento — ainda neste segundo semestre — as primeiras ações relacionadas aos atos.
A Corte ainda tem em tramitação ao menos sete inquéritos solicitados pela Procuradoria-Geral da República para investigar autores intelectuais, instigadores, executores e autoridades com foro privilegiado por envolvimento no vandalismo.
O ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de uma destas investigações, pela publicação, em uma rede social, de um vídeo em que questionava o sistema eleitoral. Em depoimento no caso, em abril, o ex-presidente afirmou aos investigadores que compartilhou o material sem querer.