Sábado, 12 de julho de 2025

Produção gaúcha de grãos deve ultrapassar 33 milhões de toneladas na safra 2024/2025

O Rio Grande do Sul deve produzir 33,2 milhões de toneladas de grãos, conforme o 10º levantamento da safra 2024/2025, divulgado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O volume representa uma queda de 9,8% em relação à safra passada. Para a área plantada, a estimativa é de 10,38 milhões de hectares, uma redução de 0,4%.

Apesar do volume expressivo, o ciclo é marcado por contrastes. A estiagem, que afetou principalmente o desenvolvimento da soja, reduziu a produção gaúcha. No entanto, o mesmo clima seco favoreceu as lavouras de arroz irrigado e não prejudicou as lavouras de milho, implementadas mais cedo. Recentemente, as chuvas intensas afetaram a implantação das culturas de inverno e provocaram perdas localizadas, especialmente em áreas de trigo e canola. Mesmo com esse cenário adverso, o Estado se mantém como o quarto maior produtor nacional, atrás de Mato Grosso, Paraná e Goiás.

“Mais uma vez, o clima impactou negativamente a produção gaúcha, especialmente a soja, apesar do esforço dos produtores na manutenção da produção. Para o arroz e milho, os efeitos climáticos foram menores e, aliados aos bons tratos culturais, a produção cresceu em relação à última safra. As atenções agora se voltam para as culturas de inverno, especialmente o trigo, que está sendo implementado e tem no Rio Grande do Sul a maior produção”, ressaltou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

Arroz e feijão

O arroz alcançou 8,3 milhões de toneladas (+15,9%), com área de 951,9 mil hectares (+5,7%) e produtividade satisfatória, apesar de oscilações térmicas durante o ciclo. As lavouras da safra 2024/2025 já estão totalmente colhidas e não houve perdas na produção em decorrência das recentes chuvas e enchentes.

Com expectativa de área de 42,4 mil hectares, o feijão teve retração de 12,6% na área cultivada. Já na produção, a estimativa é de aumento de 2,5%, chegando a 73,5 mil toneladas. A primeira safra sofreu com a estiagem e o calor excessivo, enquanto a segunda safra, especialmente em áreas irrigadas, surpreendeu positivamente, com rendimento 61% superior à safra anterior.

Soja e milho

Principal cultura agrícola do Estado, a soja também já teve a colheita finalizada. A oleaginosa teve aumento de área (+1,3%) em comparação à safra passada e alcançou 6,85 milhões de hectares. No entanto, a estiagem no verão reduziu drasticamente a produtividade, resultando em uma colheita de 14,28 milhões de toneladas — queda de 27,3% em relação ao ciclo anterior.

Já o milho da 1ª safra apresentou cenário oposto: mesmo com redução de 12,2% na área cultivada, a produção cresceu 12% devido à boa produtividade, totalizando 5,43 milhões de toneladas. A colheita foi prejudicada pelas chuvas em algumas regiões, afetando a qualidade dos grãos remanescentes no campo.

Culturas de inverno

O trigo, cultura mais representativa do inverno, teve nova redução de área (-10,2%) em relação à safra anterior e deve render 3,81 milhões de toneladas (-2,6%). A semeadura avança lentamente, afetada por excesso de chuvas, baixa luminosidade e erosão do solo. A aveia, devido aos custos de produção e maior opção de utilização, tem o cenário de crescimento, com área estimada em 370,7 mil hectares (+3,9%) e produção de 916 mil toneladas (+8,7%).

A canola registra forte expansão, com previsão de 200 mil hectares semeados (+36,9%), mas enfrenta dificuldades no desenvolvimento inicial devido às chuvas e geadas. A cevada, por sua vez, segue tendência de retração, com redução de área (-7,6%) e produção estimada em 102,4 mil toneladas (-11%).

Produção nacional

No cenário nacional, a safra de grãos está estimada em 339,6 milhões de toneladas, 14,2% acima do ciclo anterior. O crescimento é impulsionado pelo clima mais favorável, maior produtividade e aumento de 2,3% na área plantada.

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