Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Produção industrial brasileira teve forte queda em dezembro

A produção nas fábricas apresentou forte queda em dezembro na comparação com novembro, de acordo com dados da Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores abaixo dos 50 pontos significam retração, o indicador registrou 43,3 pontos no último mês de 2021. Em novembro, o índice estava em 50,4 pontos.

“A queda de 7,1 pontos é expressiva, mas o mês de dezembro normalmente é marcado pela desaceleração da produção industrial. Não obstante, a queda na passagem de novembro para dezembro de 2021 foi mais intensa que em 2020, quando o índice ficou em 46,8 pontos”, destacou a entidade.

Da mesma forma, a utilização da capacidade instalada no setor ficou em 68% em dezembro, abaixo dos 72% registrados no mês anterior. O emprego industrial também recuou em dezembro, com o indicador em 48,6 pontos.

Esse foi o único mês de 2021 que registrou retração no número de empregados na indústria. “O emprego industrial registrou queda, comportamento que usual para o mês de dezembro de cada ano. No entanto, o resultado está acima da média de dezembro para anos anteriores (46,7 pontos)”, acrescentou a CNI.

A sondagem mostra ainda que o setor segue listando a falta ou o alto custo das matérias-primas como o principal problema para as empresas, sendo citado por 60,6% dos empresários. Esse foi o sexto trimestre consecutivo em que as dificuldades na aquisição de insumos ocuparam a liderança entre os gargalos da indústria.

A CNI destacou ainda que os índices de expectativa de demanda, de exportação, de compras de matérias-primas e de número de empregados melhoraram em janeiro, indicando maior otimismo dos empresários para 2022. “Todos os resultados continuam acima da linha de 50 pontos, o que indica expectativa de crescimento nos próximos seis meses. No entanto, o otimismo é menor que em 2021”, reconheceu a entidade.

Indústria têxtil

A Abit, entidade que representa a indústria têxtil nacional, apresentou previsões de forte desaceleração tanto de produção quanto de vendas do setor, que deve continuar operando abaixo dos níveis de antes da pandemia.

Pelos prognósticos, o crescimento da produção deve cair para 1,2% em 2022, depois dos 11,7% estimados no ano passado. Já o avanço das vendas internas deve recuar de 14,5% para 1%.

Assim, mesmo somando os dois anos, o setor não deve conseguir se recuperar do tombo de 17% e 22,5% registrado na produção e nas vendas, respectivamente, em 2020, quando a economia sofreu o choque da chegada da pandemia.

As projeções da Abit têm como premissa um quadro de baixo crescimento econômico, dadas as condições financeiras mais restritivas, com consumo prejudicado pela inflação persistente e geração de empregos mais lenta.

Somados os fatores, a associação está pessimista quanto à recuperação da renda. “Vamos continuar convivendo com o poder de consumo comprometido, o que aumenta o desafio de conquistar corações, mentes e o bolso do consumidor”, disse o presidente da Abit, Fernando Pimentel.

Segundo a entidade, a previsão é cautelosa por considerar as incertezas de um ano eleitoral e a possibilidade de novas ondas de contágio de covid no País em 2022.

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