Quarta-feira, 25 de junho de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 25 de junho de 2025
A Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, divulgada nesta quarta-feira (25) pelo Sistema Fiergs, mostra que a produção industrial cresceu em maio, para 51,5 pontos. Acima da marca dos 50, sinaliza expansão em comparação com o mês anterior, e ganha mais relevância quando comparado à média histórica para o mês, de 47,3 pontos.
Em contrapartida, a nota negativa da pesquisa é o maior acúmulo de estoques de produtos finais. Subiram na comparação com abril, a segunda alta consecutiva, e se afastaram mais do esperado pelas empresas. O índice de evolução mensal e o que os compara ao planejado atingiram, respectivamente, 53,5 e 53 pontos, revelando um acúmulo indesejado de produtos.
O presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier, alerta que esse excesso nos estoques não só sugere uma demanda aquém da esperada pelas empresas, mas também é um sinal negativo para a produção nos próximos meses. “A indústria tende a reduzir a fabricação para desovar esses estoques acumulados antes de retomar os níveis normais de produção”, diz Bier.
A Sondagem mostra também que o emprego industrial registrou um pequeno crescimento na comparação com abril, quase uma estabilidade. O índice de evolução do número de empregados atingiu 50,2 pontos. Assim como a produção, esse resultado é bem superior à média histórica para maio, de 47,8. “A indústria gaúcha não apenas superou o padrão histórico de queda do emprego comum para o período, mas conseguiu gerar vagas”, destaca o presidente do Sistema Fiergs.
Em relação à UCI (utilização da capacidade instalada), a Sondagem revela a indústria gaúcha operando, em média, com 69% da UCI em maio, recuo de um ponto percentual em relação ao mês anterior e 1,4 ponto percentual acima da média histórica para maio. Na percepção dos empresários, porém, a UCI segue abaixo do normal, pois o índice que a mede em relação ao usual marcou 43,8 pontos. Essa avaliação negativa dos empresários persiste desde dezembro de 2024.
Expectativas
As expectativas dos empresários na pesquisa realizada entre 2 e 11 de junho descrevem um cenário de baixo dinamismo para a atividade industrial nos próximos seis meses. Com previsões que variam de negativas a positivas, os índices mostram comportamentos distintos na comparação com maio.
No emprego, as perspectivas oscilaram de crescimento em maio (50,4 pontos) para queda em junho (49,3). Para as exportações, o cenário passou de leve aumento (50,4) para estabilidade (49,9), tendência similar à observada pelas compras de matérias-primas, que recuaram de 51,1 pontos para 50,2. Por outro lado, o otimismo dos empresários aumentou em relação à demanda, de 52, em maio, para 52,7, em junho.
Mas o índice de intenção de investir da indústria gaúcha caiu de 56,3 pontos, em maio, para 54,3, resultado ainda acima da média histórica de 51,9 pontos. Em junho, 58,3% dos empresários gaúchos demonstram disposição de investir, definitivamente ou provavelmente, no semestre seguinte. Foram consultadas 158 empresas, 35 pequenas, 52 médias e 71 grandes.