Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 29 de abril de 2025
Na manhã dessa terça-feira (29), uma professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) foi picada por um escorpião-amarelo no prédio do Instituto de Artes (IA), localizado no trecho da rua Senhor dos Passos próximo à Rua da Praia, Centro Histórico de Porto Alegre. Ela foi medicada no Hospital de Pronto Socorro (HPS) e permaneceu em observação ao longo do dia, sem risco de morrer.
O incidente – ocorrido em uma das salas de aula, no térreo – motivou a instituição a suspender as aulas e demais atividades no prédio, que teve suas portas fechadas. Em caráter de precaução, a medida prossegue até que a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) avalie a segurança nas dependências da unidade, frequentado por funcionários, docentes e alunos de graduação e pós-graduação em artes plásticas, música e teatro.
Por meio de nota no site ufrgs.br, a Reitoria da Universidade frisou que acompanha o estado de saúde da vítima, a quem se solidariza. Também garantiu que tomará as providências indicadas pelo Instituto e pela Vigilância Sanitária da SMS: “O prédio só voltará a ser ocupado a partir de garantias de segurança a seus usuários”.
Ainda de acordo com a cúpula da instituição, o edifício onde funciona o IA/UFRGS tem passado por serviços regulares de desinsetização, a cargo de empresa especializada. A estratégia se deve à localização da faculdade em uma área da capital gaúcha onde costuma ser alta a incidência do animal venenoso em bueiros, caixas de luz e telefonia.
A cada ano, centenas de exemplares do escorpião-amarelo são capturados na própria Senhor dos Passos e ruas próximas, como Andradas, Annes Dias, Otávio Rocha e Praça Dom Feliciano. No próprio Instituto de Artes já foi encontrado anteriormente um animal da mesma espécie.
Picada pode ser fatal
O escorpião-amarelo tem veneno altamente tóxico, capaz de matar um ser humano – especialmente crianças, idosos e indivíduos com comorbidades. A picada é dolorosa e faz com que o veneno se disperse pelo corpo, podendo causar náusea, vômito, salivação e taquicardia.
Um exemplar adulto tem cerca de 7 centímetros e sua biologia é peculiar: não existem machos da espécie – a fêmea vive cerca de quatro anos e se reproduz pelo processo chamado “partenogênese”, em média duas vezes por ano e com 20 filhotes por vez (160 durante a vida).
Seus locais preferidos são ambientes frescos e escuros, como frestas de paredes e pisos, restos de materiais de construção e demolição, ralos, esgotos, encanamentos e caixas de hortaliças. Dentro de casa, podem se alojar em calçados, cortinas e roupas de cama. Não costumam atacar, mas se defendem quando se sentem ameaçados.
Cuidados preventivos
– Manter os ambientes sem entulho ou lixo, bem como providenciar a correta separação e destinação de resíduos, pois as baratas são um dos alimentos preferenciais dos escorpiões.
– Limpar ralos, pátios e cozinhas.
– Fechar frestas em paredes, móveis e rodapés.
– Utilizar telas nas aberturas dos ralos.
– Manter camas e berços afastados da parede.
– Evitar que lençóis toquem o chão.
– Verificar o interior de calçados, toalhas e roupas antes de usá-los.
– Utilizar luvas grossas e sapatos fechados para manuseio de entulhos e atividades de limpeza em geral.
– Em caso de visualização, acionar o serviço 156 (telefone, aplicativo ou internet), informando o local exato.
(Marcello Campos)