Terça-feira, 17 de junho de 2025

“Programa nuclear do Irã sofreu danos sérios”, diz o embaixador de Israel no Brasil

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, afirmou nesta segunda-feira (16), em entrevista que, em sua opinião, o mundo está mais seguro depois dos ataques israelenses contra o Irã nos últimos dias.

“Agora, quando o programa nuclear do Irã sofreu danos sérios, o mundo deve ser um lugar um pouco mais seguro”, disse.

O diplomata reforçou que a interrupção temporária do programa nuclear iraniano representa um alívio diante das ameaças que, segundo ele, o país representa.

“Uma bomba atômica, uma arma nuclear, nas mãos do Irã, com a liderança deles e os programas deles para destruir Israel, e todo o apoio que deram para grupos terroristas, este programa ter tido uma parada temporária, o mundo está mais seguro do que antes”, completou.

Zonshine também comentou a ausência de um embaixador brasileiro em Tel Aviv. Segundo ele, a decisão de não manter um representante no país é do governo brasileiro.

“Quando tem embaixador, é mais fácil para condenar ou responder. A escolha de não manter embaixador em Israel é do Brasil. O contato que temos com a embaixada brasileira é intenso, mas depende da negociação que temos que fazer naquele dia.”

Troca de ataques

O Irã lançou sua nona onda de ataques, desta vez com drones e mísseis, contra Israel, nas cidades de Tel Aviv e Haifa, nesta segunda-feira, segundo a mídia iraniana. As Forças Armadas de Israel (IDF, na sigla em inglês) afirmaram que alguns drones que se aproximavam de Israel foram interceptados, o que provocou sirenes nas Colinas de Golã.

Os ataques ocorreram após o bombardeio israelense que atingiu a TV estatal em Teerã, e enquanto o Irã dá sinais de que estaria aberto a negociar a trégua se os Estados Unidos detivessem Israel. Pouco depois da onda de ataques, o Exército israelense reduziu seu nível de alerta e as pessoas puderam deixar seus abrigos.

Nesta segunda-feira, tanto Israel quanto o Irã emitiram ordens de retirada para suas capitais. No entanto, alguns ataques iranianos foram bem-sucedidos. Após o impacto de um míssil, todas as refinarias de petróleo de Israel foram fechadas, segundo a petroquímica Bazan. A empresa disse que interrompeu sua produção por conta dos bombardeios, que danificaram as instalações e mataram três funcionários.

Já em solo iraniano, o Exército israelense atacou o prédio da televisão estatal em Teerã, que teve que interromper temporariamente sua transmissão. No momento do ataque, câmeras capturaram uma apresentadora estatal, que criticava a ofensiva de Israel, abandonando rapidamente o set em meio à poeira e aos fragmentos do teto que se soltavam, segundo vídeos divulgados pela imprensa iraniana.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o ataque aos estúdios de televisão tinha como objetivo “interromper o poder de propaganda do regime”. Além disso, o premier sugeriu que assassinar o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, “acabaria com o conflito” entre os países. A declaração de Netanyahu ocorre após relatos de que o presidente americano, Donald Trump, teria vetado um plano israelense para matar Khamenei.

Israel pediu aos moradores de Teerã que se afastem de toda a infraestrutura militar. Com isso, muitos residentes de Teerã estão fugindo da capital, que é alvo de bombardeios israelenses, e um engarrafamento gigantesco se formou na rodovia principal que segue para o norte.

Os ataques israelenses já deixaram mais de 300 mortos e, pelo menos, mil feridos no Irã, segundo um balanço oficial de domingo. A onda de mísseis iranianos lançados em resposta a Israel causaram 24 mortes desde a sexta-feira, segundo o gabinete de Netanyahu.

Após quatro dias de intensos bombardeios contra bases militares, instalações nucleares, áreas urbanas e contra o setor energético, as lideranças iranianas dão sinais de que querem uma saída negociada para o conflito com Israel, e sugerem flexibilizar posições nas conversas com os EUA sobre seu programa atômico.

Contudo, o presidente americano ainda não fez gestos em direção a um de seus “grandes acordos”, e o premier israelense, além de rejeitar conversas, sugeriu que a morte do líder supremo do Irã poderia encerrar a guerra.

Nesta segunda-feira, o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, cobrou uma atuação mais direta de Trump em direção a um cessar-fogo: segundo o diplomata, “basta um telefonema de Washington para amordaçar alguém como Netanyahu”, e “isso pode abrir caminho para o retorno da diplomacia”.

 

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