Sexta-feira, 25 de julho de 2025

Proteção de seis meses: saiba como funciona novo tratamento contra HIV

Estima-se que quase 40 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo. Só em 2023, 1,3 milhão de novos casos foram identificados, segundo as estimativas mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Apesar dos avanços no tratamento nas últimas quatro décadas, novas estratégias se fazem necessárias.

A mais nova promessa é o lenacapavir, aprovado em junho pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, como mais uma alternativa de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids. A decisão foi tomada após análise de dois ensaios clínicos de fase 3 que apontaram uma eficácia de 99,9% na prevenção da infecção.

Desenvolvido pela farmacêutica Gilead Sciences, sediada nos EUA, o lenacapavir já era comercializado no país norte-americano desde 2022, mas indicado apenas para pessoas infectadas com resistência a antirretrovirais comuns.

O medicamento atua por um mecanismo diferente: enquanto a maioria dos antirretrovirais interfere na produção do material genético do HIV, o lenacapavir impede a formação do chamado capsídeo, estrutura que guarda o RNA do vírus e possibilita sua entrada no interior das células. Ao bloquear esse processo, o HIV é impedido de se replicar, o que mantém a infecção controlada.

Projetado para ser armazenado no tecido adiposo do usuário (sobretudo no abdome, onde a injeção é geralmente aplicada), o lenacapavir é liberado de forma lenta no organismo, garantindo sua ação por até seis meses. Após esse período, é necessária apenas uma nova aplicação para manter o efeito protetor.

Diante dos bons resultados no tratamento, a Gilead decidiu testar o medicamento também como ferramenta de prevenção. Cinco ensaios clínicos estão em andamento, sendo que dois deles —PURPOSE 1 e PURPOSE 2— já apresentaram resultados preliminares.

O PURPOSE 1 acompanhou 2.134 mulheres cisgênero na África do Sul e em Uganda, com eficácia de 100% na prevenção do HIV entre as voluntárias. Já o PURPOSE 2 incluiu 2.179 homens e mulheres nos EUA, Argentina, México, Peru, Porto Rico, África do Sul, Tailândia e Brasil, e registrou apenas dois casos de infecção pelo HIV, indicando eficácia de 99,9% .

“A grande vantagem do lenacapavir é a sua posologia [forma de uso]. A adesão ao tratamento preventivo é facilitada, à medida que ele exige apenas duas doses de uma injeção, espaçadas por seis meses cada”, explica o infectologista Moacyr Silva Junior, do Einstein Hospital Israelita. “A PrEP usual depende que o usuário tome um comprimido diário para se manter protegido. Caso a pessoa esqueça ou não consiga tomar sua dose, ela pode ficar mais suscetível à infecção”.

O médico destaca, no entanto, que os estudos utilizados pela FDA contam com uma amostra relativamente pequena. “É possível que, em uma aplicação populacional real, essa taxa de eficiência seja um pouco menor do que os 99,9% obtidos nos ensaios”, alerta . As informações são do portal Uol.

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Estima-se que quase 40 milhões de pessoas vivem com o vírus HIV no mundo. Só em 2023, 1,3 milhão de novos casos foram identificados, segundo as estimativas mais recentes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids). Apesar dos avanços no tratamento nas últimas quatro décadas, novas estratégias se fazem necessárias.

A mais nova promessa é o lenacapavir, aprovado em junho pela Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, como mais uma alternativa de profilaxia pré-exposição (PrEP) ao vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids. A decisão foi tomada após análise de dois ensaios clínicos de fase 3 que apontaram uma eficácia de 99,9% na prevenção da infecção.

Desenvolvido pela farmacêutica Gilead Sciences, sediada nos EUA, o lenacapavir já era comercializado no país norte-americano desde 2022, mas indicado apenas para pessoas infectadas com resistência a antirretrovirais comuns.

O medicamento atua por um mecanismo diferente: enquanto a maioria dos antirretrovirais interfere na produção do material genético do HIV, o lenacapavir impede a formação do chamado capsídeo, estrutura que guarda o RNA do vírus e possibilita sua entrada no interior das células. Ao bloquear esse processo, o HIV é impedido de se replicar, o que mantém a infecção controlada.

Projetado para ser armazenado no tecido adiposo do usuário (sobretudo no abdome, onde a injeção é geralmente aplicada), o lenacapavir é liberado de forma lenta no organismo, garantindo sua ação por até seis meses. Após esse período, é necessária apenas uma nova aplicação para manter o efeito protetor.

Diante dos bons resultados no tratamento, a Gilead decidiu testar o medicamento também como ferramenta de prevenção. Cinco ensaios clínicos estão em andamento, sendo que dois deles —PURPOSE 1 e PURPOSE 2— já apresentaram resultados preliminares.

O PURPOSE 1 acompanhou 2.134 mulheres cisgênero na África do Sul e em Uganda, com eficácia de 100% na prevenção do HIV entre as voluntárias. Já o PURPOSE 2 incluiu 2.179 homens e mulheres nos EUA, Argentina, México, Peru, Porto Rico, África do Sul, Tailândia e Brasil, e registrou apenas dois casos de infecção pelo HIV, indicando eficácia de 99,9% .

“A grande vantagem do lenacapavir é a sua posologia [forma de uso]. A adesão ao tratamento preventivo é facilitada, à medida que ele exige apenas duas doses de uma injeção, espaçadas por seis meses cada”, explica o infectologista Moacyr Silva Junior, do Einstein Hospital Israelita. “A PrEP usual depende que o usuário tome um comprimido diário para se manter protegido. Caso a pessoa esqueça ou não consiga tomar sua dose, ela pode ficar mais suscetível à infecção”.

O médico destaca, no entanto, que os estudos utilizados pela FDA contam com uma amostra relativamente pequena. “É possível que, em uma aplicação populacional real, essa taxa de eficiência seja um pouco menor do que os 99,9% obtidos nos ensaios”, alerta . As informações são do portal Uol.

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