Terça-feira, 03 de junho de 2025

PSB oficializa João Campos, de 31 anos, na presidência nacional do partido

Com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o prefeito de Recife (PE), João Campos, assumiu nesse domingo (1º) a presidência nacional do PSB, partido que tem a vice-presidência da República e dois ministérios no governo petista. À frente do PSB, João dá sequência ao histórico da família na legenda, que já foi comandada por seu pai, Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo em 2014, e por seu bisavô Miguel Arraes.

O evento em Brasília contou ainda com a presença do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele foi recebido pela militância do PSB aos gritos de “sem anistia”, em referência ao movimento da oposição para tentar blindar os envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro. Motta elogiou os “bons quadros” do partido, como o vice-presidente Geraldo Alckmin, e disse ter comparecido ao evento em “gratidão” à bancada da legenda na Câmara.

Em seu discurso, Alckmin agradeceu a presença de Lula, dizendo não ser comum um presidente da República comparecer a congresso de outro partido. Ao destacar o papel do partido no apoio ao governo, ele afirmou se sentir honrado em ser “companheiro de trincheira” do petista na luta pela democracia.

Renovação 

Aos 31 anos, João Campos é uma das principais promessas de renovação das lideranças de esquerda no País. Ele foi reeleito para prefeito de Recife com 78% dos votos e tem liderado pesquisas de intenção de voto para o governo de Pernambuco. Na presidência do PSB, terá como missão manter a aliança com o PT na chapa presidencial de 2026, além de ampliar a bancada da sigla na Câmara, hoje com 14 deputados. Outro desafio é retomar o governo de Pernambuco.

O novo dirigente do partido já comunicou a Lula que é prioridade do PSB manter Geraldo Alckmin na vice-presidência na campanha eleitoral do ano que vem. Em 2022, Alckmin foi o símbolo da frente ampla que deu ao petista o terceiro mandato presidencial, mas uma ala do PT tem defendido mudar a chapa para garantir novos apoios no próximo pleito.

João defende a expansão do arco de apoio, com a aproximação não só de partidos, como também de setores de centro da sociedade, contra a polarização marca o cenário político brasileiro. Mas não em detrimento da aliança entre PT e PSB.

“Alckmin virou um grande companheiro de partido e vice-presidente. A nossa expectativa e o que o partido vai defender é a manutenção desta aliança de Lula e Alckmin para presidência e vice-presidência da República em 2026. Essa é a visão que o partido tem e que vamos trabalhar. Quem diz é o tempo da política”, disse João Campos após sua eleição à presidência do partido.

Em seu discurso, Lula não fez nenhuma menção direta à escolha do vice no ano que vem, mas elogiou Alckmin e disse que a construção da chapa em 2022 é a demonstração de que a “democracia não tem limite”.

Em outro momento, fez uma referência à disputa entre os partidos de esquerda e disse que é necessário tornar essa disputa “civilizada”.

“Fazemos as disputas todas, mas quando vemos o final das eleições, a direita elege o dobro do que a esquerda progressista. Já cometemos erros demais. Temos que pensar o seguinte: o que queremos daqui para frente?”

Herança

Da família de João Campos, saíram três dos cinco dirigentes da legenda desde a redemocratização. Além dele, Eduardo Campos e Miguel Arraes, comandaram o PSB o antecessor do prefeito no posto, Carlos Siqueira, e Jamil Haddad.

Em seu primeiro discurso como presidente do PSB, o prefeito de Recife fez referência a seu pai e disse que quer dedicar sua vida ao partido.

“Lembrando da história e da memória de meu pai, quero dedicar a minha vida ao partido. Não vou brincar um minuto em serviço. Vou saber ser duro que nem uma boca de sino, mas também ser generoso como o coração de uma mãe.”

“Esse time está pronto para fazer um grande trabalho. Vamos construir pontes. Vamos mostrar que o nosso partido está pronto para acolher uma grande frente política. Vamos consolidar uma frente democrática nos estados brasileiros e no Brasil, com o presidente Lula”, completou.

A meta do novo presidente do PSB é elevar a bancada da legenda na Câmara dos atuais 14 deputados para 25 deputados na próxima eleição. Está no horizonte também uma federação com o Cidadania, que rompeu a aliança com o PSDB e tem interesse em se federar com outra legenda.

Ele disse ainda que se sente honrado por ser lembrado pelo povo pernambucano para o governo do Estado, mas evitou dizer se será candidato a governador em 2026. (Com informações do jornal O Globo)

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