Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação do Jornal O Sul | 20 de novembro de 2025
O deputado federal Alexandre Ramagem saiu clandestinamente do País às vésperas do trânsito em julgado da ação penal em que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação na trama golpista. A Polícia Federal (PF) trata o caso como fuga e investiga se o parlamentar cruzou a fronteira por via terrestre antes de embarcar para os Estados Unidos, partindo possivelmente de algum país vizinho da América do Sul.
O PSOL pediu a prisão imediata do deputado, argumentando que a viagem configura risco concreto de fuga. A bancada solicitou ao STF medidas como pedido de extradição ou cooperação internacional com autoridades dos Estados Unidos.
Segundo o deputado Pastor Henrique Vieira, a ida de Alexandre Ramagem aos Estados Unidos pode colocar em risco a execução da pena por envolvimento na tentativa de golpe.
“O passaporte dele foi retido pela Justiça e não há nenhuma manifestação que nós tenhamos conhecimento que esse passaporte tenha sido devolvido. Bem, se o passaporte não foi devolvido, como Ramagens saiu do país? Como Ramagens está nos Estados Unidos?”, disse.
O pedido do PSOL já foi protocolado no STF e encaminhado à Polícia Federal. A suposta fuga ocorre no momento em que avança a execução das penas dos réus do núcleo 1 da trama golpista, após a Primeira Turma negar os recursos. Além disso, o Supremo determinou a perda do mandato de Ramagem, e a Mesa Diretora da Câmara deverá formalizar essa cassação.
Ramagem foi condenado a 16 anos, um mês e 15 dias de prisão em regime fechado. Ele estava proibido de deixar o Brasil e teve o passaporte retido por determinação do STF. Apesar disso, não comunicou à Câmara dos Deputados que havia deixado o território nacional.
Na semana passada, os réus do Núcleo 1 tiveram os recursos contra a condenação negados pela Primeira Turma da Corte. Com a decisão, as defesas devem protocolar nos próximos dias os últimos recursos para evitar o cumprimento imediato das condenações.
Em nota, a Câmara afirmou que não autorizou missão oficial ao exterior e que não recebeu qualquer aviso de afastamento. O deputado apresentou atestados médicos para dois períodos — de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro — mas, mesmo assim, não teve faltas registradas, já que parlamentares afastados por motivo de saúde podem votar eletronicamente. A defesa do ex-diretor da ABIN informou que não irá se manifestar.